São Silvestre 2011


Neste ano já tinha até reservado o hotel em maio para chegar dia 29. Queria chegar com um pouco mais de antecedência para poder descansar mais. Com a lesão do obturador externo, nem sabia se poderia correr a São Silvestre. Mas como voltei no início de outubro, deu.

Saí do Rio no dia 29 depois de um trote leve e passar gelo. O Thiago ainda dava os últimos retoques em sua nova peruca do Bozo, desta vez de espuma para não arriar. Pegamos um ônibus até uma rodoviária sem filas para embarque. Como muitos paulistas estavam chegando ao Rio de Janeiro, muitos ônibus eram mandados de volta praticamente vazios. Pegamos, então, um executivo com apenas mais duas pessoas da Viação Expresso do Sul. Na verdade, era um semi-leito em promoção para ter gente, o que nos deu mais conforto.

Saímos às 10:45 e chegamos lá por volta de 16:30. Se a parada tivesse sido mais curta, teríamos chegado mais cedo. Se ao menos o Thiago tivesse levado seu notebook...

Chegando lá, pegamos o metrô. O metrô de São Paulo é bem melhor. Não fica muito cheio, em geral dá para sentar, vem um atrás do outro e tem várias linhas com muitas integrações. A maioria ainda não tem ar-condicionado. Porém, os mais modernos já tem. Lá sempre avisam a estação e tem mais policiamento. Mais algumas São Silvestres e eu fico craque em andar no metrô de São Paulo.

Passamos no Gemel para ele lanchar e eu tomar um café. É fácil perceber que estamos em São Paulo. Os paulistas são realmente muito diferentes dos cariocas. Seja na aparência, nas gírias, gestos ou na má-vontade em ajudar a encontrar algum lugar na cidade.

Depois, chegamos no hotel, o Century Paulista Flat, que é bem mais confortável, com restaurante e frigo bar. Agora lá também se paga as diárias no check in. Tomamos banho, jantei um frango à parmeggiana e fomos dormir. Só que antes tive que reclamar do barulho de uma festa no térreo, que podia ser escutada do nono andar onde estávamos. Eu não gosto de comida japonesa, porém notei que o Sushi Bar não abriu uma noite sequer. Também esperava ver no restaurante o buffet de almoço mostrado no vídeo do site, o que não tinha. A comida do cardápio era boa. Entretanto, ele era muito restrito, com poucas variedades. No buffet do vídeo parece ter bem mais opções. Como sempre, por várias vezes tive que pegar um novo cartão para abrir a porta por sempre esquecer o meu dentro do quarto. Pena que o frio e a água fria da piscina impediram o seu uso.

No dia seguinte, no café da manhã, procurei não abusar muito. Nada de leite integral, doces e ovos mexidos. Comi foi é bastante pão de provolone. Das vezes passadas, não tinha isso. Se por um lado o preço do hotel aumentou bastante, por outro, o café da manhã está bem melhor. Pena que não incrementaram o cardápio de refeições, cujos preços também aumentaram MUITO.

Depois do café, fomos buscar o kit e ao supermercado comprar água e limão para fazer limonada. O kit veio mais caprichado. A fila estava grande. Em anos anteriores não tinha pego fila alguma. Não sei como estaria se tivesse ido à tarde como fiz nos demais anos. Tinha um pote de cappuccino gelado desta vez, coisa que antes só vinha com um sachê, sem falar do saco de café. Pedi a camisa M masculina, que assim como a da Pan-Americana, era vagabunda. Lá deram também protetor solar, revistas gratúitas e posamos para uma foto que disseram que nos mandariam por e-mail. A tal foto só chegou depois de reclamar com a organização e em baixa resolução para termos que comprar a foto boa. Pena que o Thiago não foi de Bozo lá. O cappuccino acabou durante a viagem mesmo.

Ainda de manhã fomos ao bairro do Brás pois o Thiago queria visitar um famoso depósito de doces, a Mano's Doces. Foi difícil encontrá-lo. Sem falar que o local é meio barra pesada. Todavia, o que o Thiago buscava aparentemente saiu de linha. Depois do almoço (ele comeu um estrogonofe e eu um arroz e feijão com frango grelhado), fomos no bairro da Liberdade visitar as feiras orientais. Tinha muita coisa: jogos, miniaturas, roupas típicas, japoneses e chineses de verdade, etc. Alguns bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco me chamaram a atenção. Todavia, alguns chegavam a custar R$ 550,00. Sinceramente, não acho que valiam tudo isso. Um boneco de pelúcia do Sonic custava uns R$ 250,00. Sei que devia ser importado, mas o preço é um roubo. Não sei de onde o Thiago tirou que as coisas lá são baratas.

Fomos ao McDonald's. Quem comeu lá obviamente foi o Thiago, não eu. Começou a fazer frio e voltamos. Na entrada da estação, vimos vários cosplayers. Muitos usavam a capa do Naruto.

Se no dia 29 o hotel estava vazio, no dia 30 chegou muita gente para a corrida. Havia pessoas que foram por conta própria e pessoas que foram com a caravana da Ana Caravana, através de quem conheci o hotel em 2002. O Thiago quis se enturmar com os que vão fantasiados, como um cara que sempre vai de hastafari.

No dia da corrida, eu só fiquei nas frutas (exceto mamão), iogurte light, sucrilhos, mel, pão de forma, manteiga, cream cheese e café preto. Comi bem, mas nada que pudesse me fazer mal. As noites anteriores foram bem dormidas. Nada de almoço, só biscoitinhos, carboidrato, um cappuccino gelado e bastante água. Choveu muito pela manhã. Pensei até que pudesse ter enchente e a corrida ser cancelada.

O Thiago foi mais cedo para fazer palhaçada e depois voltou. Desta vez quis sair mais cedo para pegar um lugar melhor. Lá fui eu com o meu garrafão. Nos separamos ao chegarmos lá. A roupa do Thiago desta vez ficou melhor porque não ficou atochada no corpo. Sem falar no babado. Só ficou ruim o fato de ter ido de tênis e não com o sapato do Bozo. Se por um lado é mais difícil correr, por outro chama mais a atenção pela dificuldade em correr com ele. A ausência de inscrição também é ruim, pois não podem identificá-lo nas fotos nem na chegada.

Eu consegui ficar mais na frente desta vez do que em 2009, mas não mais do que em 2008. Notei que não havia grades separando a calçada da rua desta vez. Me sentei junto com todo mundo lá, mantendo as pernas esticadas e mexendo-as com frequência. Sempre rola um papo com todo mundo. Estava quente antes da largada.

Estávamos longe o suficiente para não ouvir o tiro de largada. Não eram 5:30 quando todo mundo se apertou e começou a chover. Vi no vídeo da corrida que ela começou mesmo foi às 5:26. Me senti como sardinha em lata ou no metrô do Rio em horário de rush. Isso nunca aconteceu antes. Acredito que foi por causa do pessoal que ficou nas calçadas. Só sei que demorei incríveis 5 min para passar pela largada. Passando pela largada, só meio que saltitava mesmo. Correr era muito complicado.

Uma coisa que me chamou a atenção foi um tal de gritarem Corinthians... Acho que foi combinado entre os torcedores. Tá certo que foi o campeão, mas nunca vi isso acontecer. Havia um pessoal da Gaviões da Fiel com uma faixa no percurso, algo que sempre tem.

Apesar de ter bebido muita água, eu fiquei com sede e acho ruim só ter água depois do 4º Km. E sempre sofria com os postos d'água pois as pessoas desaceleravam muito na hora de pegar água. Tinha gente demais. Não dá para correr direito desse jeito pois sempre tem alguém muito devagar no meio do caminho.

Começou a chover forte no fim e o percurso difícil não ajuda em nada. Para piorar, detestei isso de a difícil subida da Brigadeiro não fechar a corrida. Você fica morto e quer terminar logo. Já á descida era íngrime demais e perigosa por estar escorregadia. Tinha um cara com o tênis velho escorregando.

Finalizei com 1:15:57, sendo a 2874° no geral absoluto, 158° de 3718 mulheres no geral feminino e 27° na categoria 30-34 anos. Foi melhor do que eu esperava, pois sei que é muito difícil fazer melhor do que o tempo de treino. Além do percurso difícil, a multidão atrapalha muito. Como eu estava treinando para 5:10, esperava fazer 1:17:30.

A chegada foi num lamaçal. Como podem ter colocado a chegada na grama sabendo que sempre pode chover? A medalha ao menos foi bonita. Estava frio e eu tremia. Só que eu não sabia voltar ao hotel. Da chegada até a medalha e o lanche tinha que andar muito. Ao menos, por conhecer um pouco do local e saber o nome da rua da retirada de kit, que era mais ou menos perto, fui me guiando e pedindo ajuda às pessoas. Não queria subir a descida da brigadeiro de volta para chegar na Av. Paulista. Até orelhão estava difícil de encontrar.

Encontrei a rua do kit e voltei ao hotel. Demorei, mas cheguei. Aí começou minha preocupação com o Thiago. Passei gelo, botei a perna pra cima e nada de ele chegar e sua mãe me ligava preocupada. Até que me ligaram a cobrar do centro médico. Ele ficou com frio e foi para lá. Demorou, mas voltou de taxi. Sem maquiagem, porém com a peruca de pé e um cobertor.

Antes de ele chegar comi frutas e as barras de cereal. Quando ele chegou, tomamos um banho quentinho e penduramos a nossa roupa encharcada no vidro do box. Eu comi um estrogonofe de frango e ele pediu 2 mistos quentes. Eu o ajudei a comer. Ele estava morto de fome. Contudo, o sanduíche era grande e vinha com batatas fritas.

Acabei me arrependendo de ter chegado dia 29 por acabar abusando da comida. Embora tenha feito melhor do que esperava, devo ter engordado comendo mais do que devia. Se estivesse mais leve, talvez pudesse ter feito melhor.

Foi difícil dormir por causa da agitação e do excesso de cansaço. No café da manhã do dia seguinte caí dentro do ovo mexido e finalmente pude tomar chocolate quente. Depois do café fizemos o checkout. Só achei o uso da sala de Internet muito caro: R$ 15,00 a hora. Sorte que só usamos 1 h. Esqueceram de contar o consumo do frigo bar, que eu relatei no fechamento. Subimos a rua, pegamos o metrô para a rodoviária e conseguimos passagens para um horário próximo num executivo na Viação Cometa, que estava bem cheio. Conseguimos um lugar em dupla depois de conversar com 2 passageiros. Desta vez era executivo mesmo. Apesar do gelo, minha perna doía ao descer as escadas para ir ao banheiro. Fiquei 2 dias só trotando por isso. Ônibus cheio = banheiro nojento. Mesmo sendo executivo. Senti falta dos cobertores e travesseiro. Não era para ter ou não puseram?

Chegamos cansados. Eu estava seca para usar o computador. e-mails acumulados, etc. Só reclamei com a Yescom do lance das fotos e no erro da colocação na minha faixa-etária. Desta vez não deram respostas automáticas como sempre. Será que estão mudando a relação com o cliente?

Não sou contra mudar o local de chegada. Porém, acho que a maior parte do percurso deveria ter sido mantida. Não dá para mudar a comemoração de ano novo de lugar como querem alguns. Sempre foi lá também. E com o número de pessoas crescendo, também não sei se dá para ter a dispersão na Paulista. Só não dá para ter medalha antes da prova como em 2010. Se dá para dar lanche lá, dá para dar a medalha também. Isso é má vontade com os corredores.

Lá em São Paulo consegui falar com meu amigo virtual Gerson, fã de Make-Up como eu. Pena que ele não pode me visitar. Quem sabe neste ano não conseguimos nos conhecer pessoalmente?

Em 2012 penso em comprar o meu lugar na Elite C, mesmo correndo o risco de perder o dinheiro em caso de lesão, doença, etc. Ou então, dar sorte, não me machucar e estar correndo muito no final de 2012 e tentar me qualificar para a elite na Sargento Gonzaguinha. As 20 primeiras se qualificam. E a vigésima em geral faz tempo pior do que meu recorde nos 15 Km.

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