Troféu Brasil de Atletismo Master

 


Não iria ao Troféu Brasil deste ano e tinha adiado minhas férias de setembro porque não queria passar por friaca novamente, como passei em Cascavel. Só que com o adiamento de outubro para abril de 2023 do Troféu do Prof. Celby, para não ficar sem competir, resolvi fazer minha inscrição. Infelizmente não teria como estar na sexta para competir os 10.000 m, mas daria para correr o cross no sábado, e os 5.000 m e os 1.500 m no domingo, todos pela manhã. Infelizmente, a única passagem mais à tarde com preço razoável era às 21:20 pela Gol, o que iria comprometer minha qualidade de sono para o cross. Como tinha sido convidada pelo Jerry no estadual para competir pela equipe dele, inscrevi-me pela CMC-UCA.

Chegando setembro, nada de divulgarem a lista de inscrições homologadas, tal como tinham prometido. Afinal, ninguém quer ter uma surpresa desagradável ao chegar lá e não poder competir. Todo mundo começou a cobrar e a AMASTER-SC dizia que estava no site da ABRAM. Porém, ninguém achava. Pode até ser que estivesse lá. Contudo, o site é tão desorganizado que fica complicado achar qualquer coisa lá. Poderiam copiar o site da AVAt-RJ, que é muito bem feito. Consegui a lista pedindo para a AVAt-RJ e para o Jerry. Feito isso, passei-a para algumas pessoas. Achei que poucos competidores tinham se inscrito: apenas 295 atletas no total. Outra guerra também foi conseguir o programa-horário atualizado após as inscrições. E, depois de enviado, alteraram novamente o horário do cross. Quando fiz minha inscrição era às 8:10, no programa atualizado continuava no mesmo horário e, no dia 8, fui avisada pelo Jerry que todo mundo largaria às 8 h. Antes, os homens largariam às 7 h.

No dia 9 não dormi muito bem como quase toda proximidade de competição. No check-in, tinha posto assento 9C, porém, assim que o processo terminou, estava na 31A. Tentei cancelar pelo computador, já que no celular não tinha como. Contudo, não consegui; ficava rodando e dava erro no console do navegador. 

Nesse dia, saí de casa às 19:20, cheguei no aeroporto Santos Dumont em 35 min. Quis entrar logo no embarque para não passar estresse novamente. Dessa vez a passagem pelo Raio X foi rápida. O vôo foi relativamente pontual, saindo às 21:20 e chegamos em Florianópolis às 22:30. No avião, as extremidades estavam cheias e o meio, vazio. Então, fui para o meio e peguei 3 assentos só para mim, permitindo-me deitar. Graças a Deus não precisa mais de máscara no avião. De lá, peguei um Uber para o hotel. Só fui dormir depois da meia-noite. Até que o pouco que dormi, dormi bem.

No sábado dia 10 acordei às 6 h, comi umas roscas integrais e um café expresso da máquina que tinha no quarto, saí às 6:40 e peguei o Uber rumo à pista de atletismo da UFSC. Em Floripa a maioria dos Ubers só aceitam dinheiro. Perguntei o porquê a um deles e a resposta é que em Florianópolis não tem assalto como no Rio, fazendo com que as pessoas usem dinheiro.

Cheguei na pista às 6:50 e estava MUITO frio, com 14 °C e um vento frio, chamado de vento sul. Sorte que meu marido dera-me de presente gorros e luvas bem grossos. Acabei esquecendo o guarda-chuva e a capa no hotel quando vi que chovia um pouco. Sorte que parou logo. O que fiz bem em levar foi o repelente, pois estava cheio de mosquitos. Outro problema lá foi o pólen, causando-me muita tosse.

Achei a parte de retirada de kit desorganizada, já que só o fizeram às 7:30. Peguei o número, a camiseta da equipe e a da competição. Infelizmente, a camiseta da CMC-UCA só tinha G e GG. Acabou que fiquei com um uniforme em que cabiam 2 ou 3 Julianas. Parte do aquecimento fiz de casaco e a outra só de camiseta, já me preparando para a largada. Aqueci-me numa pista de carvão no entorno da pista que, por causa da chuva, tinha trechos escorregadios. Antes do tiro, fiquei escondida na câmara de confirmação ao lado da largada para fugir do frio.

Dada a largada às 8:06, foram 4 voltas pela universidade, com algumas subidas e descidas, grama, terra e cimento. Eram 20 competidores, sendo que os 3 acima de 60 iriam correr só 3 voltas. Estranhei o fato de o número de mulheres ser maior do que o de homens. No percurso, que teve 7,64 Km, tentei não sair muito forte e passei no total 3 mulheres que saíram na minha frente. Nas descidas sempre acabava desacelerando até por não enxergar bem. Acabou que fui a 11º de 17º atletas sub-60, 3° geral de 10 mulheres sub-60 e 2° de 3 da minha faixa-etária com 40:44.3, com frequência cardíaca média de 164 e máxima de 171. Apesar da friaca, deveria ter tido posto d'água. Acaba que fico com a boca seca. Vários atletas de outras provas nos incentivam. Tinham vários atletas de outros países da América Latina aqui, algo que não tinha visto em outras competições de veteranos. 

Após a corrida, botei o agasalho (2 casacos, calça de moletom, gorros e luvas) e fui para o ginásio me esquentar, quando vieram me chamar para a premiação. Meu ante-braço esquerdo saiu doendo por fazer força no lugar errado. Infelizmente não podia tirar fotos dentro da pista, para que pagássemos as fotos do Foco Radical. Disseram que arrancavam o celular de quem tentava usá-lo dentro da pista. Nem a filmagem ao vivo foi gratuita como sempre foi nos outros torneios. Achei isso um absurdo. Alguns trechos depois foram liberados no Youtube, contendo qualidade duvidosa. Qualquer torneio da CBAt é filmado com uma qualidade muito melhor e disponibilizado ao vivo e de graça. 

Não estava escalada para correr o revezamento. Todavia, uma atleta se lesionara e fui escalada em seu lugar. Continuava muito frio e a fome começou a bater. O revezamento 4 x 100 m estava marcado para às 12:10, mas só foi sair às 12:45. Fui me aquecer com os 2 casacos e só os tirei depois do tiro de largada. Nessa hora estava uns 18 ° C, que o vento sul tornava a sensação térmica pior. Fui a última mulher por ser a mais nova da única equipe de 40, pegando o bastão e terminando na mesma posição.  Foi triste ver a senhora de idade japonesa de 65 correr velocidade melhor do que eu; bem que tentei, todavia não consegui ultrapassá-la. Como ninguém da minha equipe foi desclassificada, fomos ouro na categoria e o 4° de 7 quartetos. Finalizamos a prova em 1:23.19.

Já que a medalha seria dada só a tarde, fui embora. Comi uns pães de queijo de provolone, tomei café com leite e voltei ao hotel. Lá tomei mais uns cafezinhos que adoro! Tirei também umas fotos da cidade e do hotel. Pena que não poderia ir à piscina nem curtir o café da manhã, que parecia ser delicioso! No caminho ao hotel, chegou a fazer 20 °C. Contudo, logo baixou, algo que senti de dentro do quarto. Com isso, não saí mais.

Lá fiquei sabendo que o Campeonato Brasileiro Master de 2023 seria em Manaus ou Recife. Desejei que fosse em Recife porque Manaus é muito quente.

Demorei a dormir porque estava agitada. No domingo dia 11 acordei às 6:50, tomei meu café, fiz check-out e peguei meu Uber para a pista. Estava 13 °C com sol, o que tornava o frio menos pior.

Chegando na pista, fui confirmar os 1.500 m por volta de 8:05, para largar às 9:05. Por volta de 8:55, nos chamaram para entrar na pista. Contudo, lá esperamos 10 min para largar, saindo às 9:14. Dada a largada, tentei sair e me manter forte. Só que o cansaço do dia anterior pegou e terminei com 6:39.94, mesmo com 14 °C, com frequência cardíaca média de 163 e máxima de 169. Perdi o pódio no finalzinho. Fui a 4° de 4 e a 12° de 20 atletas. 

Na hora dos 5.000 esquentou, fazendo 17 °C. Já estava atrasado e um senhor andando nos 5.000 m só piorava as coisas. Quando ele estava terminando, nos mandaram entrar na pista. Mesmo assim, tome de espera. Enquanto isso, vi uma quero-quero sentado. Cheguei perto para ver, mas ela ficou braba. Quando se afastou bem fui ver se tinha ovo e tinha mesmo. Ela veio voando em minha direção e tive que sair correndo. 

A largada dos 5.000, programada para 11:25, foi às 12:07. Sorte que estava frio. Com o cansaço batendo e, para piorar, dores na barriga, terminei em 24:51.47, com frequência cardíaca média de 161 e máxima de 173. Fui a 8º geral de 16 atletas e 3° de 3 atletas da minha categoria. Assim como nos 1.500 m, perdi uma posição no finalzinho para a Alexandra, que é mais veloz do que eu. De tanto fazer esforço, uma atleta passou mal e vomitou no meio da prova.

Como a competição atrasou, não pudemos mais ficar no ginásio porque teria treino de basquete. Quando cheguei dos 5.000 nossas coisas estavam todas do lado de fora. Já o revezamento 4 x 400 m, programado para 12:30, só saiu às 13:47. Poderia ter sido mais rápido se não tivessem feito 3 séries dos homens sem necessidade. Como tinha gente atrasada para pegar ônibus ou avião, a última corredora de uma das equipes do revezamento simplesmente abandonou sua equipe na pista e foi embora. Um dos organizadores reclamou e eu falei na cara dele que a culpa era da organização. 

Novamente fui a última mulher a pegar o bastão e fiz minha volta em 1:51, com frequência cardíaca média de 146 e máxima de 153. Infelizmente perdi uma posição no geral para minha equipe para uma mulher do MS. Fomos a 4º de 5 equipes que concluíram, já que 1 foi desclassificada, finalizando em 8: 00.14. Sorte que só tinha uma equipe da minha faixa-etária. 

Assim que chegamos houve a premiação dos 5.000 m e eu com medo de chegar tarde no aeroporto. Por isso, já no tempo limite, apenas peguei minha medalha e fui embora. Dali peguei um Uber diretamente ao aeroporto. 

Chegando lá já passei rapidamente pelo raio X e só aí parei para comer umas batatas fritas. Atleta também gosta dessas coisas e depois da competição pode!

O vôo de volta atrasou uns 10 min. Novamente havia vários lugares vagos no meio, para onde eu fui, podendo esticar as pernas. Ao menos na volta o check-in tinha funcionado corretamente. Acho o lanche da Gol muito fraquinho. Ao contrário da ida, teve café, que estava bem melhor do que o da Azul. Pena que pela hora não daria para pedir mais um.

Ao chegar, encontrei meu marido e fomos jantar antes de voltar para casa. Apesar dos pesares, foi uma viagem lucrativa, voltando com 2 ouros, 1 prata e 1 bronze. Pena que não cheguei na quinta para poder dormir melhor, fazer turismo e correr os 10.000, o que provavelmente me daria mais uma medalha. 

Agora, organização nota zero essa! Em Timbó deu tudo certo porque foi outra organização. Timbó ainda tem uma pista excelente, ao contrário da UFSC, cuja pista está bem gasta. Por outro lado, em Timbó o aquecimento é na terra (que vira lama na chuva) e não tem lugar fechado para se abrigar do frio. Soube pela Vera que o estadual catarinense master, no mesmo local, também foi uma zona. Além da falta de divulgação das informações necessárias antes da competição e dos atrasos, não pregavam os resultados em alguma parede no decorrer do dia ou colocaram na Internet, algo que nunca vi. Também houve demora na divulgação dos resultados na Internet e, quando o fizeram, não tinha o dos 1.500 m feminino. Nota zero!



 


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