Como várias etapas foram canceladas, achei que não iria ter mais nenhuma etapa do circuito e que essa corrida não ira acontecer. Porém, de repente o circuito voltou com a etapa de Volta Redonda. Não fui lá pois ainda estava fora de forma com a distensão do reto anterior na coxa direita, que me deixou no estaleiro por 5 semanas. No dia da Corrida das Torcidas eu ainda só estava com uma contratura. Contudo, a cabeça-dura aqui quis continuar treinando e deu no que deu. Outro motivo para a ausência seria a necessidade de pernoitar na cidade, já que a corrida seria às 8 h.
Duas semanas antes da etapa eu estava indo ao trabalho e vi o anúncio da etapa num ônibus. No mesmo dia corri para fazer a inscrição.
No site diziam que a corrida começaria às 19:30 e a cantada de Natal às 19:00. Só que meia hora só para a cantada é muito pouco, já que os militares da banda nunca querem largar o osso. Eles fazem questão de mostrar todo o repertório e mais alguma coisa.
Saí de casa um pouco depois das 17 h no trote. Peguei o trem das 17:32 para a Vila Militar. Após pagar a passagem, perguntei a mulher da bilheteria a que horas passaria o trem e ela me respondeu às 17:47. Ela me deu a resposta de domingo. Provavelmente estava adiantada. O trem chegou com 2 min de atraso e estava estranhamente cheio. Mesmo com menor intervalo entre os trens não era para estar assim. Ao menos era um dos trens novos, com display, ar-condicionado, sem aquela barulheira nem parecendo que vai se desmontar a qualquer momento. Entretanto, o que passou antes para Japeri era o cacarecado. Não se pode negar que os trens melhoraram. Todavia, com a arrecadação que a Supervia tem, era para o serviço ser MUITO melhor. E falta proibirem de fato os camelôs que ficam gritando. Um deles chegou até mesmo usar um microfone. Ao menos desta vez não teve nenhum pastor falando.
Cheguei lá por volta das 18:10. Não consegui sentar nenhuma vez. Será que toda aquela gente ia para Santa Cruz? Dei o quilo de alimento e peguei meu número, chip e camiseta, igual a todas as outras. Esqueci o termo de autorização, o que não foi problema. Eles estavam distribuindo a numeração na hora e só depois o chip seria registrado com nossos números. Quem quisesse poderia se inscrever na hora desde que trouxesse o alimento para doação.
Desta vez disseram que pediram para a banda terminar mais cedo para a corrida começar às 20 h. Novamente, isso não aconteceu.
Fiquei conversando com alguns atletas. Resolvi ir ao banheiro e achei um orelhão para ligar para meus pais e para o Thiago. Como sempre não levei o celular. Não é que por tempo limitado ligação de orelhão para Oi fixo está de graça? Só que só funciona colocando o 9090 na frente como se fosse a cobrar. Caso contrário, a ligação cai. Ao ligar para o Thiago, seu irmão atendeu dizendo que ele tinha saído com o Edgard e que já deviam estar voltando.
Ao sair do orelhão, quem eu vejo? O Thiago e o Edgard. Eles tinham ido para um churrasco perto dali, viram a corrida e resolveram descer pois o Thiago sabia que eu ia correr ali. O Thiago como sempre é do contra. Na hora do churrasco, que foi farto, só beliscou. Logo depois, saiu dizendo que estava com fome. Dá para entender?
Ele se lamentou de não ter trazido a roupa do Bozo. Teria sido um sucesso, já que também teve corrida infantil. Correr para ele não seria bom, já que ainda estava meio doente.
Estávamos conversando e o Vadico apareceu de bicicleta. Achei legal ele ficar estimulando o Edgard a fazer exercício. Me espantei ao saber que ele já tem 70 anos. Quem se cuida parece ser mais novo.
Tome de o tempo passar e nada da corrida começar. A banda atrasou um pouco como sempre. E dada de ela terminar. Até que o Papai Noel chegou e a cantada de Natal terminou por volta das 20:20. Os banheiros químicos àquela altura estavam nojentos, sendo que um deles tinha até vômito. Eca!
Todo mundo se posicionou para a largada. Desta vez teve bem menos gente, algo em torno de 500 pessoas. Acho que o excesso de corridas no dia seguinte e o fato de essa estar sendo muito tarde deve ter causado isso. Porém, nada de darem a largada. O apresentador se empolgou e começou a dançar o Gangnam Style. Em Duque de Caxias foi o Kuduro. E não é que ele dança mesmo! Espero que alguém tenha filmado e coloque no Youtube. Vale a pena ver de novo! Depois disso, o Papai Noel falou, o capelão falou... Quase 21 h e aí deram a largada.
Vi várias mulheres saindo rasgando. Eu bem que tentei mas não consegui acompanhá-las e acabei saindo mais forte do que devia. Como o local é descampado e o céu estava limpo, o GPS funcionava que era uma beleza. Na hora do aquecimento ele foi perfeito, batendo com a distância corrida, já que no local há placas de 100 em 100 m. Porém, mesmo com essa cola, o pessoal da organização não conseguiu fazer a medição correta. Nenhuma das placas de quilometragem estava no local correto e no final a corrida teve 100 m a mais.
Me espanta o Jorge Ultramaratonista. O cara faz um longo de 20 Km de manhã, chega de noite e sai rasgando! Que energia ele tem!
Na primeira virada não consegui ver quantas mulheres estavam na minha frente. Antes do quilômetro 2 umas amigas me gritaram dizendo que eu estava em terceiro. Contudo sabia que deviam ter perdido alguma mulher, já que várias saíram disparado na minha frente.
Na segunda virada vi que tinham 4 na minha frente. Antes disso vi o quarto quase desistindo já no final. Soube pelo Edgard que ele pegou pódio. Entretando, desmaiou ao chegar. E também vi um cara cortando caminho. Ele falou que a corrida não valia nada mesmo, pois não ganharia nada. Não é bem assim. E o relatório de chegada? Ninguém gosta de se ver mais atrás na listagem pois alguém cortara o caminho.
Ao virar, vi que a sexta estava muito longe. De fato, ela chegou mais de 2 min atrás de mim. Durante a corrida toda senti dor do lado. Falta de forma é fogo! Terminei os 5,1 Km em 23:22, sendo a quinta no geral feminino e a setenta e sete no geral absoluto. Foi muito bom, considerando que ainda não rodo facilmente para menos de 5:10 por quilômetro e que, normalmente, a velocidade dos 5 Km é em média 30 s a menos da velocidade de rodagem com esforço mediano. Novamente a campeã foi a Jéssica Laderia. Ainda bem que a Tereza Madalena não foi. Senão, não teria chances de pódio. Afinal, a quarta fez em 21:05. Teria que estar no auge da minha forma para ir junto com ela. Minha frequência cardíaca média foi de 179. Considerando a hora da corrida, é muita coisa. Nessa hora eu já estou dormindo.
A medalha desta vez foi muito bonita. Não deixaram o Thiago e o Edgard entrarem comigo na área vip dos atletas. Nem deu para comer muita coisa pois tinha muita gente. E tome de espera até a hora da premiação. Muito chato isso. Meu relógio já tinha dormido há muito tempo. Saiu a premiação e ganhei o velho belo troféu de sempre e o quase inútil kit da caixa. O Lancetta quem me deu o troféu. O Thiago ficou brabo pois a primeira foto foi junto com os homens que nos deram a premiação. Quando eles saíram e a foto era só conosco, um cara do lado dele disse: "Agora, sim!" Fazer o quê, os cabras machos não vão querer ver homens barbados, certo?
Fomos para o ponto esperar um ônibus. Nessa hora já não tinha mais fruta nenhuma. O primeiro 393 passou reto. O 367, para a Praça XV, parou. Sorte que estava vazio. Pegamos 2 engarrafamentos no caminho. Um por causa de um viaduto fechado em Honório Gurgel e outro por causa de um acidente sério, onde um carro capotou. Espero que ninguém tenha sofrido nada demais. Nessa segunda retenção, o Thiago viu um cara drogado dar uma pancada em uma mulher. Quase ninguém viu. Como foi atrás de uma mureta, a polícia passou e não fez nada. No meio do caminho me espantei com o Shopping Jardim Guadalupe, que é muito bonito e novinho em folha.
Demorou, mas chegamos na rodoviária. Pegamos um taxi e chegamos rápido em casa. Como era bandeira 2, saiu R$ 16,20, porém mais barato do que os de tabela da rodoviária. Eles foram embora ao me deixar em casa. Por causa da adrenalina, demorei a dormir. E soube que eles só chegaram na casa do Thiago às 4 h da manhã por causa da demora do 634.
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PS: Quanto ao seu espanto que vc mencionou aqui sobre mim que corri 20Km de manhã e corri rápido na prova à noite é o seguinte. Quem corre Ultras tem que ter resistência e a mesma faz perder a velocidade e todos me disseram isso quando comecei a fazer ultras e o meu técnico me orientou o seguinte para não perder a velocidade por causa das Ultras ele mandou continuar treinando tiros de velocidades e fazer as pequenas corridas como treinos de velocidades por isso ainda não perdi a mesma...Bom isso né :) os amigos Ultras ficam espantados com isso nas Ultras...hehehe...
Um abraço e bons treinos,
Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com