Era para eu ter corrido esta corrida no ano passado, que eu sempre quis correr desde que o organizador, o professor Popó, convidou a equipe Portão 17 da Elza. Só que a grave lesão que eu tive no tendão tibial posterior esquerdo em novembro do ano passado me deixou de molho até o final de setembro de 2024. E o Popó tinha ficado de transferir nossa inscrição de 2023 para 2024, pois o site de inscrições não poderia fazer o reembolso.
Quando resolvi organizar a viagem à Natividade em outubro, vi que o Ibis Budget de Itaperuna e a imensa maioria dos hotéis estava lotado para a data. Em Natividade não consegui achar nada. Consegui uma pousada pelo Booking.com, só que a dona pediu para cancelar porque havia outra pessoa até sexta dia 6 e ela poderia querer prorrogar. Consegui outra e, a princípio, estava tudo certo, mas não seria pelo Booking.com e sim "de boca", porque o quarto fornecido não era o que estava disponível.
Faltando uma semana, mandei mensagem para a dona e ela disse que tinha tido uns problemas e que talvez não pudesse nos receber. Mandei mensagem para a 1º pousada e ela disse que a pessoa havia desistido e que não haveria ninguém hospedado na data. Para minha sorte, consegui. Senão, a opção seria ir de ônibus na noite de véspera, o que seria péssimo, já que nunca consigo dormir em ônibus.
Compramos o bilhete de viagem para às 10:38 da sexta-feira, para poder pegar o kit no sábado sem atropelos.
Tive uma semana de sono e treinos muito ruins por problemas hormonais. Ao menos na noite de quinta para sexta dormi muito bem. No dia 6 acordamos às 8 h, tomamos café no McDonald's e fomos diretamente para a rodoviária.
O ônibus saiu pontualmente. Na maior parte da viagem a "Morto" deixou-me sem sinal, enquanto a Claro do André funcionava normalmente. Para piorar, pegamos longos trechos de engarrafamento em Itaboraí e Pirapetinga, e só fomos chegar em Itaperuna às 19 h, mais ou menos no mesmo horário da vez passada e levando bem mais tempo do que o previsto no site da Viação 1001.
Fomos à pousada, que é um belo e bem conservado casarão, voltamos ao centro para jantar e voltamos para dormir. Ao contrário do que eu tinha entendido, havia outros hóspedes bem simpáticos.
Eu demorei muito para dormir e não tive uma boa noite de sono, assim como o André. No sábado, acordamos às 8 h, fomos tomar café, comprar mais repelente, por causa de mosquitos, e pegamos um táxi para Natividade. Combinei com esse motorista para nós levar no domingo às 6:30.
Ao chegar no local da retirada de kits, o professor Popó nos reconheceu na hora e ficou feliz de nos ver, por termos ido. Ficamos conversando um pouco, onde ele nos deu instruções sobre a corrida. Depois, fomos passear um pouco, visitando a belíssima igreja matriz e um suposto ipê amarelo centenário que a gente não conseguiu ver ao chegar lá. Acreditávamos que tinha morrido. Porém, na verdade, já tinha passado a época de florir e, então, parecia só uma árvore normal.
Pegamos outro táxi para voltar à Itaperuna, fomos lanchar, comprar crédito para celular e voltamos para a pousada. Queríamos passear mais, visitar o Cristo de Itaperuna, porém estava extremamente quente. A previsão era de ainda mais calor no domingo.
Para tentar compensar o sono perdido, fomos para a cama antes das 20 h e acordamos às 5:50. Foi um sono apenas razoável. Nosso táxi, como combinado, chegou às 6:30. Às 7 h chegamos em Natividade.
Essa corrida era a 10° edição e caiu justamente no dia 8/12, dia de Nossa Senhora da Conceição.
Estava todo mundo animado. Quando chegamos, estava 26 °C. Contudo, não parecia muito quente porque estava nublado. Entretanto, às 8 h o sol tinha saído e já estava 29 °C.
A largada foi às 8:04, com um pouquinho de atraso, e logo de início havia um subidão. Tentei não sair forte demais e mesmo que quisesse não conseguiria pela falta de ritmo.
O chão fervia aos meus pés. Eu peguei a água dos 2 e 4 Km, e a dos 2 Km na volta novamente, porque estava com muita sede e a água, quente. Não sei como um corredor conseguiu correr fantasiado de Papai Noel.
Acabou que fechei os aproximadamente 5,5 Km em 29:35 pelo meu relógio e em 29:44 pelo tempo oficial (acredito que esse tenha sido o tempo bruto). Já o André fez em 31:16 pelo relógio e em 31:02 pelo tempo oficial. Minha frequência cardíaca média ficou em 167 e a máxima, em 171, provando que a falta de ritmo e treinos de velocidade, além de estar um pouco acima do peso, não me permitiram correr de verdade. Forçar, até forcei, tanto que cheguei a ter aquela dor de lado. Todavia, corri muito mal em relação ao que fazia antes da lesão.
Na minha chegada, o Popó falou o nome da minha equipe. Pouco tempo depois, chegou o André. Tiramos mais fotos, inclusive com o Popó. A medalha e o troféu da corrida foram muito bonitos, bem diferentes da maioria.
Enquanto aguardávamos a premiação, ficamos na barraca do lanche, que tinha melancia, maçã, banana, sucos e bolo. Eu fui a 129º de 247 atletas no geral absoluto, 30º de 95 no geral feminino e 6º de 9 atletas concluintes na categoria 45-49 anos. Já o André foi o 144º no geral absoluto, 107º de 152 no geral masculino e 5º de 8 atletas concluintes na categoria 50-54 anos. A maioria que correu é de gente acostumada a correr de verdade por causa da premiação em dinheiro. Na hora em que saíram os resultados, eu era a 5º de 8 atletas. Provavelmente alguma atleta tinha parado na categoria errada, já que não mudei de posição no geral.
Assim que vimos que não tínhamos ganhado nada, fomos à Torre do Centro, um ponto turístico de Natividade. Era um percurso pequeno, entretanto com uma subida bem íngreme, com muitas vacas próximas. A subida em si já era dura, com o forte calor ficou muito pior. Chegamos lá pingando! A descida também não foi nada fácil. Depois pegamos um táxi para a pousada em Itaperuna, onde chegamos às 11:30.
Fomos terminar de arrumar as coisas e partimos rumo à rodoviária. Antes, paramos para tomar um café. Compramos a passagem de 12:45 e às 12:50 nosso ônibus saiu.
Além de um pequeno engarrafamento em Rio Bonito, o ônibus saiu da rota prevista, fazendo uma parada adicional antes da primeira, em Italva. Só fomos chegar às 20:42. Como ainda estava cedo, pegamos um ônibus comum para casa mesmo.
Apesar do desempenho ruim, fiquei feliz por ter voltado a correr, algo que achava que nunca mais iria fazer.
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