10 K da Maratona Internacional de João Pessoa

 


Resolvi correr esta corrida por ser considerada oficial pela CBAt, porque já queria conhecer João Pessoa faz tempo, e conhecer correndo é sempre muito legal, e porque consegui uma passagem barata para Recife com 21 dias de antecedência. Preferi ir para Recife e de lá ir de ônibus porque sai bem mais barato do que ir para JP direto, por não ser uma rota tão utilizada assim.

Duas semanas antes tive uma enorme preocupação. No regulamento dizia que a retirada de kits iria até às 19 h em todos os dias, informação que tinha usado para planejar minha viagem. Indo no site, vi que estava até às 14 h. Como a previsão de chegada era às 10:30 em Recife, seria quase impossível chegar às 14 h no local de retirada de kits. Outra inconsistência era o horário de largada dos 10 Km: no regulamento falava que seria às 5:55; já no site, às 6 h. Trocar a passagem estava muito caro. Falando com o organizador, ele falou para que eu ficasse tranquila, e que o horário poderia mudar porque o local de retirada não seria mais o que estava informado. Realmente, poucos dias depois, mudaram para ser até às 17 h, o que me permitiria até um rápido passeio em Recife e comer bem antes de ir à Paraíba. Já o horário da largada dos 10 Km permaneceu sendo às 5:55. Também precisaríamos levar 2 Kg de alimentos para a retirada. Como sempre, preferia trazer a doação já do Rio para não perder tempo. 

Mais uns dias e trocaram o local de retirada novamente para o inicial. Muita gente reclamou da bagunça e a solução foi trancar os comentários no Instagram. Ao menos mantiveram o horário. Só que sumiu a informação dos alimentos. Eu e muita gente questionava e nada de organização responder. Até que no vídeo da organização o narrador da corrida fez essa pergunta e disseram que não era obrigatório, sendo menos um peso na mala. Já o horário da largada continuava discrepante.

Algo que me chamou a atenção era de que só tinha inscrição para PCD nos 5 Km e a premiação era só em 2 categorias: cadeirantes e não-cadeirantes, algo bem injusto, porque entre os não-cadeirantes há deficiências bem distintas. Eles ao menos poderiam colocar outro tipo de premiação além do dinheiro para eles, além de premiá-los nas demais distâncias.  

No dia 5/08, acordamos às 5:30 e peguei o Uber agendado às 5:50 e chegamos no aeroporto do Galeão às 6:10, bem antes do horário previsto de 7:45. Apesar da névoa, o aeroporto estava funcionando normalmente. Meu marido despediu-se e entrei no embarque. 

O avião da Gol foi relativamente pontual. O lanche foi uma miséria. Tinha café, porém estava ralo. Mais tarde pedi mais um para ficar bem desperta. Cheguei em Recife às 10:35, almocei, e resolvi ir de Uber para JP, por ter conseguido um preço bom.

Cheguei no Pirâmide Shopping por volta de 14:15 e peguei uma fila gigantesca para retirar o kit. Imagina se fosse ser só até às 14 h? Não daria para atender tanta gente de fora da cidade. O shopping era bem simples e pequeno. Depois de quase 1 h que consegui pegar o meu, que veio com vários brindes. Nem na última São Silvestre a espera foi tão longa. Vi o organizador com quem falara no zap lá. 

Só consegui chegar no hotel depois das 15:30. Apesar de ficar em frente à uma bela praia, preferi ficar no quarto descansando. Se de sexta para sábado dormi bem, o mesmo não posso dizer de sábado para domingo, porque demorei a pegar no sono. Talvez por estar no Nordeste, não tinha edredom no quarto e tive que pedir antes de ir para à cama. Na recepção tinham uns pacotes de pipoca gratuitos.

Acordei no domingo dia 6 às 4:30 e peguei o Uber às 5:05 para o local de largada, o centro de convenções. A largada era lá dentro mesmo. Na hora da largada estava 24 °C. Ao contrário do que dizia a previsão, ainda não tinha chovido em nenhum dia, nem em Recife nem em João Pessoa. O Uber que me levou à cidade disse que a metereologia erra muito na região. 

Cheguei no local às 5:25, onde ainda largavam as demais provas. A fila do banheiro do próprio centro estava enorme. Ao menos tinham faxineiros e estava limpo. Lá via muitos corredores do Recife, por ser perto. 

Às 5:45 deixei meus pertences no guarda-volumes e fui me alinhar. Às 6:00 em ponto largou a elite e PCD, e às 6:05, o resto dos 5 e 10 Km. Não consegui me posicionar muito na frente e peguei um leve congestionamento na animada largada, que realmente saiu de dentro do centro de convenções. Acho que esse narrador foi o mais animado que já vi nesses 21 anos correndo.

Tentei fazer bastante força, todavia às viagens sempre me deixam um pouco cansada. Adicionalmente, o percurso era com muita subida e descida, quase todo sob o sol ou mormaço mesmo tão cedo, já que na cidade amanhece oficialmente às 5:30. Para piorar, nos dois últimos quilômetros começou a ter vento contra. E lá, nessa avenida onde era o início das demais provas, a pista é inclinada lateralmente, dificultando ainda mais nossa vida. 

Tinha água gelada em 3 postos d'água. Por causa do calor, muito gente andou e até vi um atleta de elite desmaiado. Pela previsão, a temperatura deveria estar em uns 26 °C ao final. Terminei os aproximadamente 10,13 Km pelo meu relógio em 52:38, com frequência cardíaca média de 165 e máxima de 171. Só quando estava me alinhando para largar que vi que tinha uma barraca dando café com uma fila razoável. Se tivesse visto antes, teria tomado uns 2, porque isso faz muita diferença! Só consegui tomar os cafés sem muito açúcar depois da chegada. Infelizmente nem a abelha que me perseguiu no início me fez correr bem. Algo estranho foi meu relógio só ter dado 50 m de subida e descida. Pela minha experiência, tinha mais do que isso.

Fiquei lá esperando os resultados e lanchando. Tinha cerveja no final e estava bem disputado. Eram só 2 copos para cada um. Se fosse em lata, levava para minha mãe.  Queria ir para a piscina gelada, mas estava com uma fila que não andava nunca. Mesmo achando pouco provável, queria saber se tinha pego premiação na faixa etária. Enquanto isso, uma banda animadíssima embalava os corredores, que dançavam bastante. 

Quando consegui saber minha colocação por volta das 8:30, vi que era a 7° da faixa etária é a 39° geral. Antes de ir embora, comprei um doce de leite granulado delicioso para minha mãe. Sair de lá foi uma baita saga: por causa da maratona, o trânsito estava todo parado. Precisei sair do local, andar um pouco, e ainda assim amarguei uma espera. Só fui chegar no hotel às 9:30. Até em frente à hospedagem havia interdições porque a maratona e a meia passavam pela praia. Uma atleta que correu bem a meia disse-me que a maresia atrapalha. Ao menos em JP o vento pareceu ser bem mais suave do em Recife e Fortaleza. 

Por volta de 11:10 fiz o check-out e fui em direção da Rodoviária. Às 12 h peguei o ônibus e fui conferir os resultados para valer. Lá na corrida um cara conseguiu ver para mim, porque não tinha pegado o celular ainda. Aí veio que eu era a 20° geral e 3° da faixa etária com 52:59, provavelmente o tempo bruto. Lá na corrida um atleta disse que eles não mandam o troféu. Não custava nada mandar e-mail. Era só eu pagar o envio. Depois não conseguia ver mais pois só dava erro.

Só quando parei numa lanchonete para tomar um milkshake bem grosso, do jeito que gosto, que o André me mandou. No total, fui a 182° de um total de 1134 corredores, a 160° entre os 1112 não-elite, a 31° entre todas as 476 mulheres, a 24° de 469 mulheres não-elite e a 3° de 81 mulheres da minha faixa etária, que para minha sorte nessa corrida foi mais fraca. Já o tempo oficial foi de 52:36. Não tive mais nada a fazer a não ser solicitar por e-mail o troféu, ainda que eu paguasse o envio. Teria ficado lá se o resultado estivesse correto. No Instagram vi outro cara com o mesmo problema que eu.

Cheguei no aeroporto às 16 h. Só na volta que choveu razoavelmente no Recife. Não tinha nem o que fazer, nem antecipar o voo, já que o próximo pela Gol era só realmente o que eu comprara às 19:05. O jeito foi esperar e navegar na Internet.

A volta atrasou um pouco. O aeroporto estava lotado, com voos da Azul sempre atrasados. Mesmo com o processo que ganhei contra eles, não se emendam.

Desembarquei às 22:10 e encontrei com meu marido e a Luana, que me esperavam no Galeão. Fui dormir às 23 h cansada e feliz por mais uma corrida. 


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