88º Corrida de São Silvestre




Consegui uma super promoção em junho na TAM e comprei as passagens de ida e volta por R$ 130,00, contando as taxas de embarque, saindo do Galeão e chegando em Guarulhos. Meu medo era só acabar gastando muito no taxi em translados de ida e volta aos aeroportos. Também reservei o Century Paulista Flat com muita antecedência. Estava em boa forma, só que nesse meio tempo eu me machuquei, já sabendo que não teria o rendimento esperado. Se não fosse correr, iria para lá só para passar o fim de ano. Também modificaram a minha passagem, adiantando a ida em 1 h e atrasando a volta em 1 h, o que foi bom para mim. Além de eu aproveitar mais a viagem, o vôo deixou de ser internacional, ou seja, poderia levar líquidos na mala de mão sem problemas.

No dia do embarque, dia 29, acordei cedo, fiz um treino leve, fui até a Igreja de Santo Afonso, pequei o 634, saltei na peixaria, e de lá peguei uma van para o aeroporto. Tive que deixar o guarda-chuva de lado para não passar dos 5 Kgs. Tinha feito web check in, mas tinha medo de em algum lugar pesarem a minha mala. Cheguei com antecedência no aeroporto e fiz um caro e curto lanche no Palheta. Não havia lanchado decentemente e estava roxa de fome.

Na hora de passar pelo raio x, vi que deu problema por causa do meu laquê. Sabia que poderia acontecer e tinha levado um quase acabando. Acabou que a mulher levou meu laquê embora e se eu o quisesse de volta teria que voltar e despachá-lo. Eu não queria ter esse trabalho todo para despachar um laquê quase acabando.

Todo mundo entrou no avião, que estava bem cheio, porém, nada de ele sair nem de ligarem o ar-condicionado. Ficou um calor terrível e era um tal de entrar técnico e sair técnico da cabine do piloto. Ficou nisso por 1 h até que o avião decolou. Na ida não teve balinha :(. De lanche só teve água, Coca-Cola ou Coca Zero (o que eu escolhi) e um sanduíche de queijo com presunto.

Cheguei lá e fiz questão de ir ao Pizza Hut do aeroporto. Era um express com cafeteria, algo que não tem por aqui. O serviço lá foi muito bom. Novamente um lanche rápido e ainda mais caro e fui pegar o ônibus para a estação do Tatuapé. No caminho vi alguns pivetes. Não é a toa que dizem que Guarulhos é perigoso. O ônibus demorou a sair e uma fila enorme se formou. Ao menos fui sentada.

Chegando lá, vi o Shopping Metrô Tatuapé, mas decidi explorá-lo na volta. O Metrô de São Paulo piorou, já que desde o ano passado senti que o intervalo entre os trens aumentou. Antes era que nem no Rio nos anos 80, um atrás do outro. Ao menos sempre pego uma época com a cidade vazia.

Mesmo indo com costume a São Paulo, me perdi no metrô e acabei pegando o sentido inverso em uma das baldeações. Logo me encontrei e saltei na estação Brigadeiro rumo ao hotel, onde peguei uma baita chuva. Não tinha levado guarda-chuva justamente para diminuir o peso da mala. Só que do jeito que o chão estava molhado, nada impedia de meu tênis ficar molhado, minha maior preocupação.

Tomei um café no Gemel e fui dar entrada num Century Flat ainda vazio. Antes de me perguntarem pelo Thiago, ele não pôde ir comigo pois trabalharia dia 29 e dia 2, e como seu trabalho é cansativo, ele preferiu ficar em casa. Mas perdeu uma ótima oportunidade de aparecer de Bozo em São Paulo, já que o SBT costuma filmar figuras na corrida.

Fui direto pegar o kit de chinelos, deixando o tênis secando no quarto do hotel. Não tinha fila e peguei o kit fácil. Na feira tinha uma roleta no estande do Subway. Se acertasse o sanduíche de peito de peru, você o ganhava. Em 3 tentativas, ganhei 2 x. Também provei uns suplementos que mais pareciam umas balinhas. O café infelizmente já tinha acabado. Precisava comprar um gel de cabelo para substituir meu laquê e deixei de tentar ganhar o sanduíche mais vezes pois temia que a farmácia fechasse. Acabou que comprei o gel no supermercado Yayá mesmo e resolvi voltar à feira da São Silvestre. Só que quando voltei lá já tinham encerrado a brincadeira do sanduíche. O bom que ele era bem natureba, com muita salada e pão integral.

O kit não é lá essas coisas para o preço pago. A camiseta é muito vagabunda. Ao menos vieram uns bombons, carboidrato, suplemento proteico e, ao invés de café, pó de café com leite e cappuccino, o que também é sempre muito bem vindo.

Notei que boa parte do comércio estava fechada mesmo no dia 29: salões, bares, restaurantes, etc. Um restaurante que sempre abriu no dia 31 tinha um cartaz dizendo que só voltariam a funcionar no dia 3. Até a padaria Gemel em dia algum serviu almoço e estava produzindo poucos pães, biscoitinhos, etc. Seria o medo da violência que fez todo o comércio fechar?

Nos dias 29 e 30 não parava de chover. E tome de raios e trovões. Já sabia que o estado de São Paulo é onde mais caem raios, mas não esperava tanto. E mesmo que não estivesse trovejando não daria para ir a piscina, pois ela estava em manutenção.

No dia 30, após tomar o café, fui até o Ginário do Ibirapuera novamente para ver se eu conseguia ganhar mais algum sanduíche. Só que eu desisti ao ver a enorme fila para retirar o kit. O local deveria estar bem cheio e eu levaria muito tempo para conseguir rodar a roleta e quiçá ganhar mais um sanduíche. Ainda bem que no dia 29 não tinha fila.

Desde o dia 27 eu estava com a cutícula de uma unha da mão doendo muito e estava a base de analgésico para dormir. O dedo latejava. No dia 29, ao ir treinar, notei um ponto verde na unha. No dia 30 a coisa ficou muito feia e eu mal podia dobrar o dedo. Precisava ir a um hospital mas o 0800 do meu cartão do plano não funcionava para perguntar onde poderia ser atendida em SP. Como não é viável ligar de DDD para plano de saúde, liguei para minha mãe, expliquei a situação, e ela ligou para o plano. Depois de muitos digite isso para..., ela foi atendida, explicou o problema e lhe deram um número de São Paulo, que sempre chamava e ninguém atendia. Apesar de a coisa estar feia, eu só iria ao hospital depois da corrida porque o médico poderia dar antibiótico.

No dia 30 visitei o MASP junto com outro hóspede que só iria assistir à corrida. É bem grande e tinha várias exposições. O grande problema é que em parte das obras há uma linha de um metro que você não pode ultrapassar para chegar mais perto. Para a ceguinha aqui isso é uma tortura para poder ler a descrição das obras, mesmo com as fontes sendo grandes. O próprio rapaz disse para usar óculos. Só que eu detesto óculos e lentes. Depois disso só fui descansar, até por causa da chuva. Queria passar gelo, mas frigobares demoram a gelar. Se eu o fizesse, ficaria sem gelo depois da corrida. Queria comprar gelo em uma loja próxima. Contudo, o comércio estava todo fechado.

Ao meio dia desse dia chegou o pessoal da caravana da Ana. Me disseram para colocar água quente e o índio falou para colocar água quente com sal e vinagre. O problema seria arrumar um vinagre. Fiquei só na água quente da bica do quarto mesmo.

No dia 31 acordei bem. Comi pães sem manteiga e café preto no café da manhã. Só assim para não ficar enjoada. Saí do hotel por volta das 8 h da manhã, já que a corrida neste ano seria pela manhã. Como a chegada seria na Paulista, estava confuso ir lá para frente. Tinha o tempo todo que mudar de pista já que no momento estava rolando a prova dos deficientes com muitos deles chegando.

Segui meu plano de ir lá para a frente pela calçada lateral até o primeiro espaço onde não tivesse grade. De fato, consegui ficar muito lá na frente, quase à beira da largada do povão. Desta vez, como não é o percurso antigo, a largada foi um pouco à frente do MASP. Tinham algumas figuras, como um reporter da ESPN Brasil que ia filmar tudo saindo do povão, e um senhor religioso que queria saber dos namorados(as), esposos(as) de cada um. Se a pessoa fosse solteira, ele tentava arrumar um par perguntando a outro alguém se não estaria interessado.

Dada a largada, foi um baita empurra-empurra e eu acabei jogada contra as grades. Meu relógio mudou de configuração e o GPS do meu bolso saiu do lugar tamanha que foi a confusão. Me recompus, esperei um pouquinho e fui andando até passar pela largada para começar a correr. Como estava próxima da largada, só levei uns 2 min para passar por ela. No primeiro quilômetro sempre é muito difícil correr. Levei mais de 5 min. Depois deu para correr melhor. Desta vez não teve tantos gritos de Corinthians mesmo ele tendo sido campeão mundial.

Com o passar dos quilômetros meu rendimento foi caindo. A falta de forma começou a falar mais alto. Acho que água só no quilômetro quarto atrapalha bastante, ainda mais que eu acabo estressada com o aperto da largada. Quando a pessoa se estressa ela sente sede. Sim, acho que isso afeta o rendimento negativamente.

Cheguei com 01:15:36. O fato é que depois de algum tempo não conseguia mais manter o ritmo nem fazer força. E fez calor no dia também. Nos dias 29 e 30 estava fresco. Contudo no dia 31 fez calor. No momento minha posição atualmente no site é de 2195º no geral absoluto de 20873 concluintes, 91º geral feminino de 4320 mulheres e 18º na minha faixa-etária de 743 mulheres. Eu já fui a 86º e perdi algumas posições. A Yescom ainda está revendo os resultados e esse ainda não é o oficial. Se não fosse tanta gente perderia tempo olhando as fotos e vendo se tem algum homem com chip de mulher. Minha posição foi boa porque quanto mais gente mais difícil é correr e porque tiveram bem menos mulheres na elite. Sendo que sempre tem quem saia na elite que não é elite e quem é da elite que não deixam sair na elite por não ter Q. I. Se eu ficar entre as 100 primeiras mesmo vou chorar para que em 2013 eu saia na elite B.

Depois da corrida, tive que andar um pouco para pegar a medalha. Acabei não pegando o lanche e tive que pedir a um membro da organização para pedir um para mim. Não é que a mulher relutou a dar ao cara para que ele me desse o lanche fraco: umas barras de cereal e pães de mel. Cadê as frutas e o Gatorate? Gatorate só durante a corrida, algo que nem gosto muito pois me dá sede.

Voltei trotando para o hotel. Durante o percurso, no início, não tinha muita gente nos apoiando. Entretanto, com o passar do tempo o público aumentou bastante. O difícil foi medir a distância da volta. O GPS simplesmente não funciona bem em SP por causa dos prédios altos, demorando muito a pegar e ficando doidão.

Deu a hora do almoço e o pessoal da caravana foi almoçar antes de ir embora. Eu pensei em almoçar com eles. Entretando, o buffet não tinha nada que me interessasse muito.

Acabou que fui comer algo no Gemel mesmo, que também não ofereceu almoço. Depois de descansar, me alongar, colocar as pernas para cima e passar gelo, fui a um hospital próximo, o Santa Catarina. Lá atendiam meu plano, porém não o nacional, e me disseram para ir ao Santa Helena, hospital do plano, próximo a uma das estações do metrô. Chegando lá até que o atendimento foi rápido e fui muito bem tratada. A secretária teve que liberar uma autorização especial e disse não conhecer o número de telefone de São Paulo que o plano deu para a minha mãe. O enfermeiro disse que devia ser unha encravada e o médico deu uma anestesia e tirou o pus do meu dedo. Doeu a anestesia e o procedimento mesmo com a anestesia. Ele, como esperado, me deu antibiótico e anti-inflamatório que acabaram sendo meio caros. E o atendimento no caixa da Droga Raia, onde comprei, foi péssimo, pois a mulher do caixa era muito enrolada.

Depois fui passear numa Paulista ainda vazia, tirando muitas fotos e de olho em possíveis trombadinhas. Se dessem mesmo 2 milhões de pessoas como em Copacabana, já era para estar meio cheio. Fiquei abismada com o tamanho da área VIP para alguns poucos "importantes". Para que isso? Fui até o Shopping Conjunto Nacional, um shopping antigão e bem diferente, já quase fechado. O guarda não gostou de eu estar tirando fotos dizendo que era proibido. Não sei por quê. Não era um museu, era só um shopping vazio. Pena que o Viena de lá já estava fechado, que deve ser melhor do que os outros por ser grandão. Esse shopping fica próximo à famosa rua Augusta.

Voltei ao hotel que ficou vazio e fui descansar. E também acessar um pouco de Internet. Difícil foi jantar no hotel. Quase tudo que eu pedia no cardápio estava em falta. E acabou que o sanduíche mesmo grande não me satisfez e assaltei os amendoins caros do frigobar. Durmo cedo. Todavia, acordei às 0 h só para ver os fogos. Depois dormi de novo e acordei às 5 h para trotar no Ibirapuera no dia 1º. Estava meio enlameado pois havia chovido. O local me pareceu bem maior do que a Quinta da Boa Vista. Mais ainda, não vi mendigos por lá. Segui uma trilha e acabei me perdendo. Pedi ajuda a um guarda em uma guarita e ele era novo e não soube me ajudar muito. Sorte que reparei que a rua que podia ver onde eu estava era a República do Líbano, por onde andei para chegar ao Centro Olímpico de Treinamento (COT) em abril para o Campeonatos Brasileiros Caixa de Fundo em Pista. Então, perguntei-lhe para que lado ficava o COT. Ele soube me responder e foi só eu sair do parque e ir para o lado contrário. Encontrei outra entrada e voltei ao parque. Lá, tinha uma bandinha e eles me pediram para tirar foto deles. Na volta ao hotel me perdi na rua novamente. Consegui me achar e voltei trotando.

O café da manhã estava vazião. O bom é que depois da corrida dá para comer ovos mexidos e tudo mais. No dia 2 não deu para correr. No dia 1º estava dolorida de maneira suportável. No dia 2 eu mal andava. Ao fazer o check out, fui sincera e descrevi tudo que comi no frigobar. Na volta para o aeroporto, dei uma passeada no Shopping Metrô Tatuapé que começava a abrir. Pobres dos funcionários que iriam trabalhar naquele dia. Esse shopping é um shopping normal, sem nada de mais. Esse também tinha um Pizza Hut Express.

O ônibus para o aeroporto chegou rápido e foi até vazio. Lá mais uma vez fui ao Pizza Hut. A atendente sismou comigo que com fé em Deus posso ser campeã da São Silvestre. Fé e força de vontade eu tenho. E muito! O que faço já é milagre. Só que não tem como eu ir contra a genética. Tenho uns talentos, outros, não.

Fiz o web check in em um terminal da TAM, não precisando despachar nada. Ao passar pelo raio X, a mulher olhou, olhou e perguntou se tinha uma medalha na mochila. Disse que sim. Falando nela, ela era grandona! Comentei do spray de cabelo e ela disse é que não pode spray com mais de 300 ml, o caso do meu laquê. Acabou que foi bobagem eu gastar o desodorante de pés que ganhei no kit com medo de ter que descartá-lo. E ela me disse que também poderia ter trazido de volta os alfinetes da corrida, que acabei jogando fora. O vôo da volta foi pontual, desta vez com balinha. No serviço de bordo, novamente Coca-Cola, Coca-Cola Zero ou água, uns biscoitos e polenguinho. As pessoas do meu lado não quiseram o queijo e me deram, para a minha felicidade geral.

Ao sair do aeroporto, tive vontade de voltar para São Paulo ao sentir o calor do Rio de Janeiro. E ainda vem o piloto dizendo a bordo que a temperatura do Rio estava ótima. Só se for ótima para quem está no inferno. Peguei uma van até a peixaria e peguei outro ônibus para o centro da cidade. Não pude saltar no primeiro ponto da Av. Presidente Vargas pois tinha um cara estranho com cara de bandido parado lá, saltando no seguinte. Ao voltar para casa, peguei o 247 com meu amigo Leandro ao voltante.

Quanto ao plano de saúde, reclamei com a Defesa do Consumidor de O Globo. Aí eles me dizem que o 0800 veio errado no cartão e que o número de São Paulo que me deram estava errado, me dando os números corretos. Me prometeram um outro cartão com o 0800 impresso corretamente. Ele chegou com o telefone errado novamente. Reclamei de novo e só assim me mandaram um cartão correto. Que gente mais complicada!

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