3º Circuito Fluminense de Corrida Rústica e Caminhada - Etapa Itaperuna / Corrida de São José

Já sabia que ia ter corrida em Itaperuna no Circuito Fluminense em 2013 desde que saiu o calendário da FARJ no início do ano. E nem quis saber de ir para lá quando soube pelo apresentador Fábio na ida para a corrida em Angra dos Reis que o local ficava perto de Varre-Sai, ou seja, onde Judas perdeu as botas e onde o vento faz a curva. Porém, quando soube logo no início de março que seria numa terça às 16:30, dia 19, dia de São José, me animei em ir, pois seria possível participar da corrida sem pernoitar na cidade, distante 6 h da capital de ônibus. O problema seria falar com meu chefe. Ele até deixa, porém tem que avisar com muita antecedência, algo que não tinha. No dia seguinte à abertura das inscrições, fui na cara e na coragem e pedi. E consegui!

Na ida eu pegaria um ônibus às 9 h para chegar às 15 h. O problema seria a volta. Para voltar direto, o único ônibus sairia depois das 22 h. A alternativa seria ir para Campos no ônibus das 18:15 e pegar outro para voltar mais tarde, chegando em casa por volta das 3 h da manhã. Só que isso só seria possível se a premiação não demorasse muito. Senão, só chegaria em casa depois das 5 h da manhã. Se eu ao menos conseguisse dormir em ônibus...

Eu bem que queria ir à Resende também, no dia 17. Só que o primeiro ônibus sai às 6:15 e só chega lá às 8:45, depois do horário da largada, às 8:30. Pegar ônibus para SP também não era opção, pois o primeiro so sai às 6 h. Eu cheguei a fazer a minha inscrição na esperança de conseguir uma carona em vão.

No dia, fui andando até a Igreja de São Francisco Xavier pegar o 606 ou o 634 para ir até a Rodoviária. Mas nenhum deles passava e já eram quase 8:10. Meu medo era de que o trânsito até a rodoviária estivesse muito ruim. Acabou que eu peguei um taxi mesmo e não demorou muito até eu chegar lá. Dava para ter esperado um pouco mais.

Havia apenas uma pequena fila no guichê da 1001 e deu para comprar rapidamente o bilhete. Itaperuna de fato é longe. Contudo, o maior problema é que o ônibus passa por um monte de cidades pequenas, com quebramolas, e faz paradas para deixar e pegar passageiros.

Fui para a área VIP, tomei 2 cafés com açúcar, já que não tem mais a bancada com adoçante e esperei o ônibus que estava um pouco atrasado. Era executivo, porém meio velho. Para minha decepção, não teve lanchinho. Tinha que ter dada a longa viagem até lá. Para ficar sozinha, mudei de lugar. Ainda mais que não gosto de sentar ao lado de homens estranhos. O maior problema do ônibus não era o fato de ser velho e sim o banheiro, que não trancava nem tinha a luz que avisa que estava ocupado funcionando. Conclusão: numa das vezes em que fui lá tinha homem lá dentro. Para piorar, ao escovar os dentes, numa curva eu fui jogada contra a porta que abriu e eu me esborrachei no chão. Sorte que não foi nada demais. Já pensou se eu estivesse sem calças? Isso poderia acontecer com um homem fazendo xixi em pé. Já pensou o vexame?

Parte do caminho passa pela estrada que leva à Viçosa. De acordo com meu celular, estive em Minas. Passava pela divisa. Passei por Santo António de Pádua, Lage do Muriaé, Miracema do Norte e, finalmente, Itaperuna, às 15:10. Até tentei dormir na ida. Mas quem disse que eu consegui?

Chegando lá, o local da retirada do kit, a Igreja de São José do Avahy, era relativamente próxima. Só tinha que andar um bocadinho. Dava para ver que tinha tido enchente recentemente. Meus pais ficaram o tempo todo dizendo para eu não ir e que a corrida seria cancelada por causa das chuvas. Só que teve calamidade em Petrópolis, não em Itaperuna. Eu acompanhei as notícias locais para ver se a corrida iria ocorrer mesmo. E logo de cara vi que a corrida ia acontecer, ao ver os cones da organização fechando parte da rua.

Fui andando, andando, me informando se estava na direção certa até encontrar o local da largada e a bela igreja. Consegui um orelhão que funcionasse para falar com minha mãe, algo que foi difícil de achar. Era feriado na cidade (algo que o taxista da volta me certificou por ser o dia de São José, padroeiro da cidade), já que via boa parte do comércio fechado. Peguei meu kit no salão paroquial. Já eram quase 15:30 e eu fui tirando a calça lá mesmo. Meu medo era que o padre brigasse comigo. Aí a Valéria falou que não tinha problema desde que eu não fosse na direção da igreja. A camiseta eu só tirei na rua mesmo.

Desta vez havia um mulher narrando a corrida. Como eles teriam narrador, o Fábio não foi contratado. Uma pena, pois ele faz falta.

As inscrições se esgotaram rapidamente e de fato tinha muita gente que ia participar. Até alguns padres e o bispo iam também (só caminhar, porque eles são bem gordinhos).

Encontrei a Selma e o Quintanilha. A Selma tinha ido no ônibus anterior e o Quintanilha estava na cidade já há alguns dias. Na hora de me aquecer, fui conversando com a Selma e ela me disse que o Beto havia constatado que corrida na esteira faz mal ao joelho. Acredito, já que a corrida na esteira é mais um pula-pula do que uma corrida em si. Durante o aquecimento, me senti melhor do que quando em Nova Iguaçu.

Esta etapa também atrasou novamente por cauda de um veículo. Pena não ter o Fábio para dançar... Um ônibus ficou estacionado no meio do percurso e ninguém achava o motorista para tirá-lo de lá. Demorou até que isso fosse feito.

Finalmente dada a largada, cometi o grandíssimo erro de tentar acompanhar a Selma. Consegui fazê-lo pelos primeiros metros e acabei cansada. Conclusão, 2 mulheres que correm até bem me passaram. Elas usavam tênis de treino e nem eram tão magras assim, porém visivelmente corredoras. Minha frequência cardíaca ficou bem alta, para ver o quanto me matei.

Acabou que terminei os 4,8 Km em 21:17, com a frequência cardíaca média de 179 (alta!), ficando em vigésimo-quinto no geral absoluto e no quarto lugar geral. Cheguei atrás da Selma e das 2 corredoras de Itaperuna. Já o Quintanilha que pernoitou lá por alguns dias infelizmente não conseguiu correr bem e não pegou pódio. Minhas passagens foram de 4:03.1; 4:20.5; 4:38.8; 4:33.9 e 3:41.4. Fica visível que quebrei. O simpático e gordinho bispo foi o último.

O tempo ia passando, eu ia comendo e nada de começar a premiação. Eu queria pegar o ônibus para Campos às 18:15 de qualquer jeito. Finalmente ia começar a premiação com um pequeno porém: por causa das chuvas parte dos troféus ficou presa no Rio de Janeiro e não pode ser levada à Itaperuna. Então, ninguém ia levar o troféu para casa. Por ter $$ e ter que assinar recibo, o negócio demorava... Desta vez não tinha patrocínio da Caixa, portanto, não teve o brinde de sempre. Terminada a premiação, peguei um taxi e saí correndo para a rodoviária, chegando lá a tempo de pegar o ônibus para Campos. Se eu ficasse presa na cidade, ia esperar o sorteio de brindes e ficaria para a missa, mesmo não sendo mais católica (apesar disso acho a celebração bonita).

O ônibus para Campos era convencional. Este novamente tinha um problema no banheiro. Além de a porta não fechar e nem estar funcionando a sinalização de que tem gente dentro (novamente abri a porta e tinha um homem lá dentro), ao usar o banheiro, era como se ele tivesse um chuveirinho lá em baixo. Tudo o líquido jogado voltava, como se fosse um chafariz. Um nojo, uma vergonha! Toquei a descarga uma das vezes e o banheiro voltou ao normal. Da outra vez que toquei a descarga para tentar usar o banheiro, a descarga "voltava" como se fosse um chafariz. Falei com o motorista, ele foi ver e disse que o banheiro estava normal. Ele deve tê-lo arrumado.

Chegando em Campos, tomei sorvetes e comi 2 pacotes de biscoito de polvilho. O Executivo da 1001 chegou um pouco atrasado, depois de 22:30 e desta vez tinha um banheiro decente. Tanto na ida como nos da volta fiquei com os dois bancos para mim. No de Itaperuna-Campos é que tive que mudar de lugar para conseguir isso. Até que consegui cochilar um pouco no ônibus saindo de Campos, chegando no Rio por volta de 3:30 da manhã. Infelizmente só pude dormir até às 8 h por causa do trabalho no dia seguinte.

Nos Campeonatos Brasileiros Caixa de Corrida em Montanha, ao ir de avião, a tela na poltrona mostrava o mapa do Estado do Rio de Janeiro e marcava em destaque Itaperuna e Campos. Ali deu para ver como essas cidades são muito longe da capital.

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