Caju de Braços Abertos



Quando abriram as inscrições, logo corri para fazer a minha, pois se esgotam e de fato se esgotaram muito rapidamente. Mesmo com 1500 vagas, por ser de graça, custando apenas 2 Kg de alimentos, todo mundo quer correr, já que as corridas estão muito caras.

Na véspera, comprei os alimentos e fui até lá. Peguei um ônibus qualquer até a Cidade Nova e depois tentei pegar um dos que passam no lugar da largada: 209, 440 ou 441. Ao estar na pista do canto, vi passar um 209 na pista do meio. Mudei de pista e me informei em qual ponto ele passava. E nada de ele passar. Demorou muito e um rapaz e eu quase perdermos o ônibus, pois estávamos no ponto errado e o motorista havia parado por gentileza.

Esperava uma viagem rápida. Contudo, o ônibus deu a volta ao mundo até chegar lá. Simplesmente conheci São Cristóvão toda. E ao final ele volta à região da Leopoldina. Já pensava até em pegar um táxi no dia da corrida. Todavia, não foi necessário, pois a praça da Ladeira, local da largada e retirada de kits, era bem próxima da passarela 3 da Avenida Brasil. Então, bastaria pegar qualquer ônibus que me deixasse lá.

Se a ida foi demorada, a volta foi super-rápida. Por causa da corrida, não pude comer nada no aniversário de 1 ano da minha sobrinha Letícia. Voltei às 20 h da festinha e lá só tomei suco de uva.

Dormi cedo, acordei bem disposta às 6 h e fui para o local da corrida. Cheguei lá antes das 8 h. Lá tirei fotos e fui me aquecer. Vi uma subidinha e que não tinham 1500 participantes nem aqui nem na China. Como é de graça, muita gente nem aparece para pegar o kit ou simplesmente não corre. Eu já fiz isso em 2013 na etapa Borel apenas porque tinha ganhado a inscrição para o circuito Vênus poucos dias antes e estava meio lesionada para forçar subindo o morro.

Na hora da largada, pontualmente às 8 h, o povo andava devagar e fui empurrada, a ponto de o tênis sair um pouco do pé. Sorte que consegui recompô-lo correndo. Isso ocorre porque gente como o simpático seu Chico, um senhor de idade, insiste em sair lá na frente sem condições de correr rápido. Eu estava mais pra frente, mas não na primeira fila. É um absurdo também empurrarem. Acho que o seu Chico e outros só vão parar com isso quando sofrerem um sério acidente. É que nem na Fórmula 1, não dá para quem corre mais devagar sair na frente. Ou vai haver engarrafamento ou vai haver batidas.

O início foi por umas ruas do Caju até um pequeno morrinho, que subi nas pontas dos pés, assim como todas as subidas. Depois do morrinho, passamos por ruínas de alguma construção antiga que deve ter sido bonita. Nesse local, havia tijolos quebrados no chão, dificultando a passagem.

Havia sobe e desce de escadas, passarelas, vielas, quebra-molas, valão fedorento, etc. Nunca tinha entrado numa favela e fiz um tour correndo por uma. Apesar de não ser um morro, é uma favela. Horizontal, mas é favela.

Vi policiais durante o percurso e moradores incentivando. Porém, esperava ver mais pessoas nos apoiando. Afinal, é a primeira vez que o evento ocorre no Caju. Animados mesmo estavam os membros da organização.

Durante a corrida minha fascite plantar no pé esquerdo incomodava. Para piorar, comecei a sentir a panturrilha direita a arder, o que não me impedia de correr com todas as forças. Via a terceira na minha frente, mas não conseguia buscá-la. Apenas torcia para que ela fosse da comunidade. Assim, ela seria premiada como 1º da comunidade e eu como 3º.

Fiz os 5,6 Km pelo GPS do meu relógio novo, que é bem melhor, em 27:49. A quilometragem estava mais ou menos certa até o 4º Km. A marca de 5 Km estava onde meu GPS marcava 5,35 Km. Achei que a corrida teria distância a mais, o que acabou não acontecendo. Acabou que fui a 78º no geral absoluto, 4º no geral feminino e 3º no geral feminino externo. Meu tempo parcial do 1º Km foi o melhor disparado, pois era tudo quase plano. Já a frequência cardíaca média foi de 175, mostrando que fiz força. Olhando a listagem apenas 503 pessoas concluíram a corrida. Ou seja, apenas 1/3 dos inscritos compareceu.

Relógio novo: Polar V800

Tudo muito bom, tudo muito bem. Ganhei um belo troféu, diferente dos demais por ser de barro. Porém saí mancando da panturrilha direita. O fato é que quando cheguei mal conseguia andar. Comi a maçã que ganhei (só deram uma que era pequena :() e pedi uma pedra de gelo para esfregar no local. Esfreguei com força um maior tempão até que a pedra derretesse. Com um pouco de alongamento, melhorou. Ao pegar o troféu e voltar para casa, até que dava para andar, embora doesse. Mais tarde fui dar um trote leve e sentia dor, mas dava pra fazer sem a perna travar ou algo assim. Também consegui fazer musculação apesar de sentir um pouco de dor no local. Sei que não devia, mas fiz. Em casa, tome de gelo, alongamento e fisioterapia.

Para piorar a minha tristeza, da festa do sábado não sobraram salgadinhos. Só doces, bolo e cachorro-quente. Caí dentro do cachorro-quente, que comi com pão de forma integral caprichado de molho para fazer menos estrago. Até que ficou muito bom!

Nas noites de domingo e segunda tomei anti-inflamatório e fui trotar na segunda e terça. O pé esquerdo melhorou bem desde então. E idem a panturrilha. No final do trote de terça dei uma puxadinha boa e deu para forçar sem problemas. Vamos ver se na quarta-feira vou conseguir treinar em ritmo normal novamente sem maiores problemas. Quero muito correr o Campeonato Estadual de Cross Country de Veteranos no dia 22.

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