Caju de Braços Abertos


As inscrições abriram e fecharam rapidamente, e eu consegui fazer a minha. Na semana da corrida ainda sentia a fraqueza horrorosa da gripe que eu pegara, o que ainda deixou o rendimento dos meus treinos da semana ruim. Só fui correr bem na sexta e só no sábado, na véspera da corrida, me senti bem de verdade. Entretanto, já era tarde, pois o resultado de uma corrida só pode ser bom se os treinos forem bons.

Desde a abertura das inscrições até a entrega de kits, notei que o percurso tinha sido modificado, sem passar pelas subidinhas mais puxadas. Quando fui pegar o kit, estava vazio e soube que muita gente havia desistido. Eu levei arroz e feijão para pegar o kit e por conta do preço do feijão, havia poucos sacos de feijão. O pórtico estava em um lugar diferente, o que me fez crer que a largada não seria na ladeira e sim no plano, algo que facilitaria a dispersão, pois a ladeira é muito estreita.

No dia da corrida de fato vi que a largada estava na rua e não tinha muita gente. Por conta disso, algumas pessoas conseguiram se inscrever na véspera e na hora. A organização foi falha, pois puseram apenas quatro banheiros químicos, os tapetes do chip ficavam antes da linha de largada, o que atrapalha a contagem do tempo líquido, e não tinha água antes da largada, um total absurdo, obrigando os atletas a levarem água e se aquecerem com garrafa, algo bastante incômodo. Eu deixei minha garrafa, já achando que a perderia, no ferro que fica no pórtico de largada.

A corrida também atrasou 5 min por conta de tráfego no percurso. Ao me aquecer eu notara que o percurso estava diferente, sem subir o morrinho para passar pelas ruínas. Além disso, uma moradora na largada dissera que de fato era quase tudo plano, passando basicamente ao redor da comunidade e não dentro dela. Ouvi dizer que foi por violência lá dentro. Com essa crise a polícia não tem como dar conta dos bandidos.

Dada a largada, fiz todo o esforço para me manter entre as primeiras. Porém, a falta de treino adequado não deixou. Apesar de me sentir bem disposta e fazer bastante esforço, as pernas não estavam me obedecendo. Só acho que não fui pior porque disputei boa parte do percurso com uma xará, completando os 5,4 Km pelo meu preciso GPS em 25:19, AVG 175. Fui a 79º no geral absoluto, a 10º no geral feminino, a 9º das mulheres de fora da comunidade e a 2º da minha faixa-etária. O clima estava bom e as subidas não foram pequenas. Só teve uma parte em que passamos no que acredito ser bem no meio da comunidade, que era uma rua mais larga de paralelepípedos. Como sempre, apenas aproximadamente um terço dos inscritos participou, o que acho um absurdo com quem quer correr e não consegue se inscrever.

Consegui pegar minha garrafa de volta que, por milagre, não fora jogada fora, comi duas maçãs e fui embora um tanto chateada. Sei que não estava em forma por conta da doença. Todavia, quem é atleta sempre quer correr bem. 

Comentários

Antonio disse…
Belo depoimento sobre a corrida do Circuito de Corridas da Caixa. Legal, a Pantera voltar a correr no Nordeste depois de Fortaleza. Parabéns pela colocação.