1º Campeonato Sulamericano de Atletismo Master de Clubes 2021

Quando foram confirmados no final de agosto este campeonato em Timbó e o Brasileiro em Cascavel, nas duas primeiras semanas de outubro, fiz o que pude para adiar minhas férias para poder viajar tranquilamente. Após isso, comprei as passagens, reservei os hotéis e fiz as respectivas inscrições. 

Ao invés de me hospedar em Timbó, quis ficar em Blumenau por ter mais estrutura. Na véspera, por terem bem menos atletas inscritos do que o previsto, mudaram o programa horário, fazendo com que as provas começassem mais tarde e terminassem mais cedo. Bem melhor para mim, para poder acordar mais tarde no sábado e no domingo. 

Por conta da ansiedade, tanto na noite de quinta, dia 30, quanto de sexta, dia 1º, dormi mal. Em ambos os dias foi por medo de perder a hora e por fazer mais de 3 anos que não corro 10.000 m na pista. A última vez tinha sido ainda como federada no Estadual Adulto da FARJ.

No dia 30 acordei às 7:20, saí de casa às 7:55 e antes das 9 h cheguei no Galeão. Peguei um 606, depois um 329 e, por último, o BRT do Fundão ao terminal 2. No Galeão fiz um lanche e tomei 2 cafés expresso para acordar bem. 

Por conta do covid infelizmente não está tendo serviço de bordo. Ao menos o atendimento da Azul foi impecável tanto na ida para a conexão em Viracopos/Campinas, quanto no segundo trecho para Navegantes. No primeiro trecho a pontualidade foi britânica e no segundo atrasou apenas um pouco. Na conexão almocei rapidamente. O aeroporto de Viracopos é que é ruim, com pouco banheiro e muito apertado para tanta gente. Se no Galeão não pude reabastecer meu garrafão porque tiraram os bebedouros por conta da pandemia, em Viracopos não tive esse problema. 

Tanto em Campinas quanto em Navegantes fiquei enjoada por causa da poluição. Pouco depois de chegar em Navegantes, peguei o ônibus executivo para Blumenau. Apenas no ponto final, no centro da cidade, pude encher novamente a garrafa. De lá, fui a pé ao shopping e depois ao hotel. No caminho, tirei algumas fotos. Não gostei de Navegantes. Já Blumenau é bem bonitinha.

Algo que me chamou a atenção foi o sotaque da população local, que é um pouco parecido com o dos meus avós maternos, por serem catarinenses.

Fui para o hotel Ibis Budget, onde o atendimento foi excelente, lanchei, jantei, tomei banho e tentei dormir cedo. Mas quem disse que eu consegui? Demorou, mas consegui dormir. Além das preocupações já citadas, tinha medo que o Uber agendado não aparecesse. Ainda bem que adiaram a prova das 8 h para às 9 h.

No dia 2, acordei às 6 h, saí do quarto às 6:30, tomei um café rápido na loja de conveniência do hotel e, para minha sorte, consegui um Uber com um simpático senhor chamado Mauro. Meu medo também é que nunca tinha usado esse aplicativo e  não sabia se daria certo. Porém, o organizador tinha dito que era a melhor forma de chegar em Timbó, o que me levou a experimentá-lo. 

Cheguei na pista às 7:30. A pista é de treino, bem macia, mas o local em si não tem muita estrutura, com a área de aquecimento de terra batida e com um pouco de lama por conta da chuva recente.

Peguei meu kit, com uma bela medalha de participação, camiseta e garrafinha.

Quando cheguei, tocava música caipira das antigas. Depois mudaram para música pop dos dias atuais.

Pouco depois confirmei minha participação na câmara de chamada. Infelizmente não podia correr só de top; tinha que correr com a camiseta do clube, no meu caso, Atletismo Cidade Jardim. Menos mal que estava fresco e nublado, com a temperatura na casa dos 20 graus. O nível das participantes estava fortíssimo, com algumas atletas que ainda são de elite. Eram só 8 atletas, com 5 de 40-49. 

Dada a pontualíssima largada, saí por último como já planejado. Ao final da primeira volta escutei alguém gritar meu nome. Era a Ana Paula! E eu achando que só eu tinha vindo do Rio.

Alternei entre a última e penúltima colocação o tempo todo e bebi 3 copos de água no total. Como não saí forte, não quebrei e fui a 5º da faixa-etária e 7º geral, terminando em 52:23.91, com frequência cardíaca média de 167. Foi muito, mas muito melhor do que eu esperava para a minha forma atual!

Após a prova conversei com a Ana Paula e descobri que ela estava no mesmo hotel. Além dela, o Luís  Eduardo Rocha e outro Luiz Eduardo, que não conheço, também tinham vindo do Rio.

A organização foi muito boa, com os atletas entrando na pista através de uma cortininha, com seus nomes sendo anunciados, como nas olimpíadas, transmissão no YouTube, pontualidade, árbitros atentos sem errar o número de voltas, premiações dadas logo depois das provas... Só não teve resultado sendo postado em tempo real no site. Outra falha foi ter começado a transmissão no final dos 10.000. Entretanto, nem nos meus tempos de federada peguei uma organização dessa!

Ao final, consegui um pouco de gelo para passar nas pernas. Para voltar o problema foi arrumar Uber. Demorou bastante, mas consegui outro ótimo motorista de nome Rafael. Ao falar que era do Rio, perguntou se eu era Flamengo e disse que quase todo mundo de Timbo é! Aí falei que minha família veio de SC e que quase todo mundo também é! O que gostei no Uber é que é BEM mais barato do que táxi. Se não tivesse conseguido pelo aplicativo, teria que pagar 3 x mais para voltar à Blumenau. Depois fui comer e tomar um café bem forte no shopping antes de voltar ao hotel para descansar e escrever a primeira parte deste texto.

Na noite seguinte dormi bem e acordei novamente às 6 h para não fazer tudo corrido. Além de tomar um café expresso bem forte, comprei algo para tomar no café da manhã e no lanche da tarde. O almoço eu já tinha trazido de casa: um risoto bem light.

O Uber chegou na hora marcada, às 7:30, e chegamos com antecedência no domingo dia 3 na pista. Como aqui é difícil ter condução para Timbó, é melhor sair cedo mesmo. Quando cheguei lá, tentei em diversos horários agendar um de volta, mas sempre dava erro.

Fiz minha confirmação, fui me aquecer e, para minha sorte, estava fresco também, na casa dos 20 graus. Meu medo é que a prova tinha sido alterada de 9:00 para 9:50 e, quanto mais tarde, mais quente fica.

Às 9:40 nos anunciaram para entrar na pista e, pontualmente às 9:50, deram a largada. Fiz a mesma estratégia do dia anterior: sai por último e, logo na segunda volta, fiquei em penúltimo, posição que mantive até o final. Ao ver que podia fazer menos de 25 min, dei tudo de mim, mesmo com a pista pesada de véspera porque chovera. Acabou que terminei em 7º de 7 atletas da minha categoria e em 9º de 10 atletas em 24:47, com frequência cardíaca média de 169, o que indica que fiz muita força para minha idade.

Depois da corrida todas as participantes tiraram foto, fui almoçar, escrever mais um pouco e descansar para os 1.500 m, além de passar um pouco de gelo nas pernas. Como a última prova fora antecipada das 18 h para às 15:20, não valia a pena voltar para o hotel.

Depois que corri começou a chover um pouco e a fazer frio. Ao menos não caiu a tempestade prevista para o fim de semana. Foi um grande erro meu ter deixado o casaco no hotel.

Dada a hora dos 1.500 m, acreditava que faria menos de 7 min, já que tinha melhorado bem nos 5.000 m. Ledo engano! O cansaço estava batendo forte e fui a 5º de 5 atletas da minha categoria e em 11º de 12 atletas, com o tempo de 7:08.8, um tempo igual ao do estadual. Já a frequência cardíaca média ficou em 165.

Assim que terminou fui pegar água e correndo para o celular para chamar o Uber. Dessa vez demorou apenas um pouco. O motorista Adilson foi muito gentil ao perceber a dificuldade de voltar a Blumenau e ter me levado. E lá fui eu ao shopping novamente para comer algo antes de voltar ao hotel e descansar. 

No dia seguinte preferi não treinar para aproveitar o café da manhã ao máximo e descansar as pernas. Na volta, o ônibus para Navegantes passou pelo belo centro histórico de Blumenau, que não tive como visitar a pé. Infelizmente o avião para Campinas atrasou muito: ao invés de sairmos às 15:20, saímos às 16:40 e quase perdi a conexão para o Galeão às 18 h. Ao chegar no aeroporto, fui direto aos braços do meu esposo matar as saudades! Além do atraso, sofri com mosquitos na hora de pegar o ônibus para Navegantes, e nos aeroportos de Navegantes e Galeão. Vergonhoso!




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