Uma nova competição apareceu repentinamente ainda quando estava viajando, mas sem confirmação nem programa-horário até o momento. Quando foi confirmada tendo no programa as provas de fundo, fiz o que pude para adiantar minhas férias em uma semana para poder viajar tranquilamente. Após isso, comprei a passagem, reservei a pousada e fiz a inscrição. Só acho que essas competições deveriam ser divulgadas com maior antecedência para poder ver passagens mais baratas e ter menos estresse na hora de mexer em férias.
Gostaria de ficar hospedada em São Paulo. Porém, Bragança Paulista não é tão próxima assim da capital paulista e, se eu pegasse ônibus, não conseguiria chegar a tempo, já que o tempo de viagem é de 1:30.
Nas vésperas não estava conseguindo dormir bem por conta de TPM. Na noite do dia 18/11 dormi bem mal mesmo por causa da ansiedade. No dia 19, acordei às 5 h e estranhei que às 5:30 o aplicativo do Uber não notificou que o meu carro previamente agendado e devidamente confirmado estava para chegar. Ao olhar o agendamento, dizia que não havia nada agendado. Sorte que da minha casa é extremamente fácil pegar Uber ou táxi.
Cheguei ao Santos Dumont antes das 6 h e fui direto fazer o check-in. O meu voo da Latam sairia às 7 h e o portão era lá embaixo, num local abarrotado de gente a ponto de não ter lugar para sentar.
O avião foi relativamente pontual; o atendimento da empresa, excelente, mas, ainda por conta da pandemia, não houve serviço de bordo. Quando o avião pousou, só achei que demorou muito para abrirem a porta e nos liberarem. Ao sair, fui tomar café e fazer um lanche reforçado.
Depois que saí do aeroporto, peguei o ônibus de Guarulhos para Tatuapé que já estava próximo de sair. Estava muito frio e fiquei de capuz um bom tempo.
Chegando no Tatuapé, fui passear no Shopping Metrô Tatuapé onde vi uma belíssima decoração de Natal do Yellow Submarine dos Beatles. De lá, fui passear um pouco e fui até o hotel onde costumo me hospedar na capital paulista. Ele fechou durante a pandemia e desde então não reabriu. Ele de fato estava fechado e não vi ninguém na recepção. Porém, tinha uma árvore de natal e uma TV ligadas. Provavelmente deve reabrir em dezembro. Espero muito que sim, para poder me hospedar lá para a São Silvestre.
Depois fui almoçar na excelente padaria Gemel, onde também comprei algumas guloseimas e fui para à rodoviária do Tietê. De lá, o ônibus já estava saindo e consegui embarcar às 15:30 junto com vários atletas que tinham amigos em comum comigo.
Saltei na câmara municipal e subi uma enorme pirambeira até chegar ao que eu imaginava ser uma pousada e hostel muito bem avaliada no Booking.com. Ao chegar constatei que era apenas um hostel com um dono bem simpático e prestativo. Fiquei apreensiva pois nunca tinha me hospedado num hostel mesmo num quarto individual com banheiro. Tinha medo principalmente de ter barulho à noite. Acabou que deu tudo certo. Só achei muito caro para o que é oferecido.
Após me ajeitar, fui comprar os quilos de alimentos pedidos pela organização para às crianças carentes de Bragança.
Novamente a TPM e a ansiedade me impediram de dormir bem. Acordei às 7 h, tomei café, arrumei-me e consegui um Uber relativamente rápido para a pista na sede da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Novamente um centro de treinamento muito bem equipado no meio do nada.
Ao chegar lá, peguei meu número, dei o 1° quilo de alimento, confirmei minha prova, fui colocar o número e encontrei várias atletas que também estiveram em Timbó.
Por conta das noites mal dormidas, minha frequência cardíaca subiu muito ao me aquecer. A prova atrasou uns poucos minutos, começando às 9:04, porque tinham atletas com tênis proibidos, por terem placa de carbono acima de determinada espessura, e uma atleta esperando que lhe entregassem seu número traseiro.
Dada a largada tentei não sair muito forte, mas mesmo assim a frequência estava alta para a minha velocidade e o clima friozinho (19° C) que fazia. Entretanto, corri muito mal. O cansaço pegou, além de as unhas do pé esquerdo começarem a doer muito porque estava um pouco inchada da TPM, o que faz o tênis ficar mais apertado. Além disso, tinha vento contra na maior parte do tempo na reta principal e ninguém para eu ficar na cola. O fato é que quebrei feio na metade da prova e terminei com 53:20.24, ficando em 6° de 7 atletas da minha categoria e em 10° de 16 atletas no total. A frequência cardíaca média ficou em 165, porque caiu após eu quebrar.
Assim que terminei, ganhei uma máscara e passei no posto médico para conseguir esparadrapo para colocar nas unhas doloridas, que em algum momento vão ficar roxas e cair.
Ao sair da pista, peguei um Uber e fui direto para a rodoviária. Dali, iria pegar um ônibus para passear em SP. Só que o ônibus só sairia às 11:30 e ainda faltava mais de 1 h para pegá-lo. Nisso, uns motoristas de Uber queriam voltar para a cidade de São Paulo e queriam um grupo de pessoas para levar. Acabou que eu rachei um Uber com outra pessoa e chegamos na Rodoviária do Tietê sem pegar muito. Na capital, ao contrário de Bragança, estava bem frio. Lá passeei, almocei, comprei biscoitos e pães, e fui novamente para a rodoviária. Lá infelizmente tive que esperar até o ônibus das 15:30, pois o das 14:30 tinha lotado. Não quis ficar mais tempo para poder descansar.
Esperei carregando o celular próxima do portão de embarque e meu ônibus saiu pontualmente. Ônibus, aliás, sempre muito bom: um executivo bem confortável.
Novamente saltei na câmara municipal e fui subindo a ladeirona, só que agora com as pernas cansadas da prova.
Ao voltar ao quarto, fui me alongar, passar gelo, por a perna para cima e descansar bem para às provas de domingo.
Até que finalmente dormi bem à noite e acordei às 6:40 de domingo para correr os 5.000 m às 8:40. Pedi o Uber às 7:20. Como ele estava ao lado do hostel, cheguei rapidinho na pista levando as malas.
Além do sono bom, a menstruação tinha descido, acabando com a TPM. Isso fez que minha frequência cardíaca tivesse ficado bem mais baixa.
Na hora de nos chamarem, como tinham muitas atletas, dividiram a prova em 2 baterias, com as mais jovens por último. Enquanto aguardávamos, tinha um rapaz olhando os tênis e, quando havia um suspeito, ele usava um equipamento para medir a espessura da sola. Algumas atletas tiveram que trocar o tênis.
Na hora em que chegou a minha bateria, 2 atletas que estavam ali para participar haviam sumido. Foram chamadas insistentemente, inclusive no banheiro. Acabou que a prova foi realizada sem elas.
Às 9:15 deram a largada e eu não sai por último desta vez. Acabou que senti que larguei muito forte, passando a primeira volta em 1:43. Tentei de tudo para alcançar a mulher na minha frente, mas não consegui. Por causa da menstruação comecei a sentir cólicas e senti minha pressão baixar. Achei que iria desmaiar. Entretanto, como via que tinha condições de melhorar o tempo de Timbó, mesmo com o vento contra e a altitude de 856 m de Bragança Paulista, fiz um esforço hercúleo para aguentar até o fim, melhorando o tempo de Timbó em 22 s, terminando com 24:25.65. A frequência cardíaca média ficou em 169, sendo que ao final chegou a 176. Fui a 6° da minha categoria de 8 atletas, sendo que uma parou, e a 18° geral de um total de 33 mulheres que correram os 5.000 m. O vento contra me fez tirar a viseira e acabou ajudando a desmanchar minha trança. Após descansar um pouco na chegada fui com o árbitro pegar meu elástico de cabelo perdido.
Depois da prova, vi uma tenda da NewOn, que patrocinou o evento, oferecendo café. Óbvio que fui lá e consegui uma foto com a bela e simpaticíssima Maurren Maggi. Ali também conheci o organizador da competição de Timbó. Quando lhe disse que foi a competição mais organizada que já vi, ele ficou muito feliz e agradecido. Ele reclamou que além dos atrasos no Rio, ele teve um recorde não homologado por falha no fotofinish. Também vi o organizador de Cascavel.
Após às 13 h, além de tomar mais café, tinham agora uns quitutes ao invés de biscoitos. Como não podia comer coisa pesada antes de correr, guardei para levar. Para melhorar, começou a tocar uma excelente banda!
Chegando o horário dos 1.500 m, lá fui eu me alongar e aquecer novamente, morrendo de dor nas unhas. A prova atrasou um pouco porque foram 3 séries de homens. A minha série no feminino foi a 2° e, pouco antes da largada, a cólica me pegou feio. Fui correr assim mesmo, com dor nas unhas e na barriga. Até que não fui mal, conseguindo melhorar mais meu tempo e finalizando com 6:54.95, tendo frequência cardíaca média de 167 e máxima de 175. Nessa prova o vento resolveu finalmente dar uma trégua. Fiquei em 7° de 8 atletas da minha categoria e em 15° de 25 mulheres. Ao terminar consegui rachar um Uber para São Paulo com um pessoal de Campo Grande, que iria voltar de Buser. Eu segui com o motorista até o Mequi 1000, que é um Mcdonalds diferente que fica na Avenida Paulista. De lá peguei o metrô para o Tatuapé. Nem deu tempo de ver a decoração do outro shopping pois o ônibus já iria sair. Só sei que também era dos Beatles.
Como não pegamos trânsito, a viagem levou apenas 25 min, chegando em Guarulhos às 20:35. Como o voo de volta era só às 22:20, dava tempo de passear no shopping e pegar o ônibus seguinte. Acabou que fiquei fazendo hora no aeroporto até pegar meu voo. O chato é que o Terminal 2 é muito grande (não sei os outros) e o avião estava em um portão diferente do indicado no cartão de embarque, me fazendo ter que andar parte do percurso que tinha feito de volta.
O avião demorou um pouco para decolar, o que nos fez chegar por volta de 00:30. Para minha sorte, consegui um carro rapidamente para voltar para os braços do meu maridão.
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