Copa Brasil Loterias Caixa de Cross Country - Etapa Regional Sul

 

Quando anunciaram que a Copa Brasil de Cross Country teria etapas regionais, imaginava que eu iria na Sudeste, que seria em Poços de Caldas. Entretanto, a prefeitura local não deixou que atletas avulsos participassem, o que me levou a me inscrever na etapa Sul, em Timbó. Mesmo as inscrições sendo em cima da hora, com 15 dias de antecedência, consegui pagar mais barato nas passagens do que no Sul Americano de Clubes Master do ano passado.

Alguns dias depois a cidade de Poços resolveu permitir avulsos, desde que com protocolos rígidos de covid. Só que aí já era tarde demais. Embora tenha saído mais caro uma só passagem e ter que ir sozinha, para lá seria muito mais cansativo. Só gostaria de saber se haveria protocolo se fosse show da Anitta...

Imaginava que não iria muita gente nas etapas por conta do anúncio das mesmas com pouca antecedência. Porém, muitos atletas no total se inscreveram, especialmente na etapa Sul, até mesmo no número de avulsos, tendo 92 homens e 63 mulheres. Somando todas as etapas, nunca teve tanto atleta federado numa Copa Brasil de Cross Country, já que agora atletas de outras regiões podem se deslocar menos. Além disso, os primeiros de cada etapa e categoria vão ser custeados para a etapa nacional em Serra-ES, onde desejo também competir como avulso. Espero que mantenham isso nos próximos anos, só que com os anúncios com pelo menos dois meses de antecedência para os atletas se planejarem bem. A minha tristeza é pela falta de representantes dos clubes do RJ. Já a minha maior alegria foi ver minha foto na capa do vídeo da etapa Sul.

Nas noites de quinta e sexta, dias 17 e 18 de fevereiro não dormi muito bem, demorando a pegar no sono. No dia sábado 19, acordei às 4:40, me vesti e tomei café, peguei meu Uber agendado às 5:10 e cheguei antes das 5:30 no Santos Dumont, que estava cheio para o horário. O avião da Gol saiu pontualmente às 6:30, fiz conexão em Congonhas e às 9:30 cheguei em Navegantes. Consegui sair rápido dos 2 aviões porque na Gol posso marcar lugar no check-in sem pagar, o que me levou a sentar mais na frente. Às 9:55 peguei o ônibus e fui para o já conhecido Ibis Budget. 

Depois saí, visitei alguns pontos turísticos, algo que não consegui fazer no ano passado, e fui pegar o kit. Para isso, peguei um Uber que iria me trazer de volta. Ao chegar lá, vi vários atletas treinando no percurso que já estava armado. Ainda acham que sou federada, mas infelizmente não mais. 

O kit era só um envelope com o número. Ao abri-lo no Uber, vi que não tinha alfinetes. Consegui ligar para o organizador, que me pediu desculpas, que era para estarem no envelope, e que no dia seguinte conseguiria pegá-los. Nunca me aconteceu isso em 20 anos de corrida, nem naquelas mais furrecas. Como não dava para confiar que conseguiria no dia, tentei comprar alfinetes no shopping, algo que não achei. Ao chegar no hotel, pensei em comprar linha e agulha, o que também não tinha (se a ceguinha aqui conseguisse botar a linha na agulha...). Aí tive a ideia de pedir o grampeador emprestado, o que funcionou perfeitamente!

Depois dessa confusão, fiz mais um passeio e fui descansar no hotel. Pena que alguns locais estão fechados para a reforma. 

Por milagre, dormi maravilhosamente bem e acordei no domingo dia 20 às 6 h. Fiz tudo correndo e às 6:30 peguei um Uber para o local, chegando lá às 7:10. Lá tirei várias fotos e consegui os benditos alfinetes. 

Chegando a hora da largada, foi tudo bem organizado. Deram a largada aos homens sub-18, 1 min depois, às mulheres sub-18 e, 1 min depois, os não-federados. No final das quantas nossa largada foi 4 min antes do horário, porém bem anunciado antes, para ninguém ficar para trás. 

Dada a largada, fiz toda a força que pude para ficar o mais na frente o possível, já que eram só 4 km, sendo 2 voltas num percurso de 2 Km. O percurso era todo plano, com muitas curvas fechadas, grama fofa, cascalho, trilha mais fechada e alguns barrancos. Pulei todos os barrancos, menos o último. Ao chegar perto, o pessoal pulou. Eu parei, refuguei, tentei de novo, vi que não conseguiria, sentei, desci e subi novamente. Esse percurso foi bem mais punk que o de Cotia.

Na segunda volta fiz mais ou menos o mesmo ritmo e consegui inclusive passar umas meninas do sub-18. No caminho vi um menino passando mal e alguns do sub-18 nos deram capote. No finalzinho sentei para pular o barranco e uma mulher me passou. Aí fui com tudo e a passei de volta. Pelo meu relógio fiz os 4,09 Km em 21:06.2 com frequência cardíaca média de 170 e máxima de 178. Como estava descansada ela não subiu muito desta vez. O local é ao nível do mar e estava fresco, em torno de 22 °C. Ao chegar e pegar a medalha, comi muita melancia e ouvia os catarinenses reclamando do calor. Como estou acostumada a treinar não muito cedo no Rio, para mim estava bem tranquilo. Dali podia ver o pessoal chegando ou indo para a terceira volta, no caso dos homens.

Fiz bem em não pular o barranco: uma mulher que tinha uma fissura no cox pulou e sentiu muita dor. Devia ter ido lá e tentado ver como os idosos passaram por ali. Olha só a passada do atleta para pulá-lo:


Na hora dos resultados meu tempo estava um pouco errado, constando 21:19.798. Fui a 2° da minha faixa-etária, a 11° de 56 mulheres não federadas e a 18° de 66 somando as atletas do sub-18 que também fizeram 4 Km. Foi a única etapa onde a distância não foi de 6 Km para todos os não-federados. Considerei meu desempenho excelente para o que posso fazer hoje!

Assim que o último chegou, começaram a premiação. Lá encontrei minha parceira de pódios do Circuito Fluminense: Jéssica Ladeira, que foi segunda, agora correndo por uma equipe do Sul. Embora a premiação estivesse rápida, não iria terminar antes das 10 h tal como informado na hora de retirar o kit. Então, pedi para pegar meu troféu por volta de 9:50 e chamei um Uber. Para minha sorte, tinha um perto. Queria tomar o final do café do hotel.

Cheguei lá 10:37 e, para minha surpresa, ganhei gratuidade! Não tinha mais muita variedade nem muito tempo sobrando. Sorte que os funcionários também pararam para tomar café também, fazendo com que eu pudesse ficar mais um pouco lá. Saí às 11:30 correndo para supostamente pegar o ônibus de 12 h para Navegantes. Todavia, a atendente do aeroporto me dera a informação errada na véspera, já que só teria ônibus às 12:30. O atendente de lá disse que não daria tempo, porque o embarque se encerrava 1 h antes (meu vôo era o das 14:40). Logo, gastei uma pequena fortuna com Uber à toa, porque só fui entrar no avião às 14:20, dando muito bem para esperar o ônibus, pois leva 1:10 de Blumenau a Navegantes.

Em Navegantes fiquei carregando o celular até o pontual embarque. 

Quando cheguei em Congonhas às 15:30, tentei antecipar meu voo, já que tinha um da Gol já embarcando e o meu só sairia às 19 h. Contudo, a atendente disse que não poderia antecipar quando se está na conexão. Fui tentar passear em Congonhas, entretanto, não tinha quase nada funcionando lá. Com isso, fui passear um pouco na capital e voltar. No caminho, o motorista falou-me que o problema foi o Bruno Covas que mandou fechar tudo, algo que não ocorreu em Guarulhos. 

Depois disso, a volta foi pontual e cheguei na hora prevista para encontrar o maridão que me aguardava. Ainda ganhei uma surpresa, pois ele fez um belo porta-medalhas para mim, para exibir minhas conquistas!

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