Copa Brasil Loterias Caixa de Cross Country - Etapa Nacional

 

Estava a postos para fazer a inscrição para a etapa nacional, na cidade de Serra-ES, assim que abrisse, já que tinha visto que teriam avulsos no programa-horário. No dia 24 de fevereiro abriu e no dia seguinte eu fiz pelo e-mail da Federação Capixaba, comprei as passagens e reservei o hotel.  

Ia competir na véspera, no sábado dia 12/03 os 800 m no CT-DEO, no 2° Torneio FERAt Aberto de Atletismo. Dormi mal por causa da TPM e mesmo assim acordei às 6:20, para sair de casa 6:50 e pegar o trem no Maracanã às 7:12 para Deodoro e logo depois fazer a baldeação. Não fui trotando porque já estava levando a bagagem para viajar para Vitória. 

Cheguei no complexo esportivo na Vila Militar e fui fazer a confirmação. A prova estava marcada para 9:25, mas resolveram adiantar para 8:40. Quando cheguei não tinha ninguém competindo, o que me levou a crer que só teve uma bateria de 10.000 m masculino, que era a 1° prova. Eu ia competir os 800 m porque não tinha prova mais longa no feminino. 

Nem daria tempo de me aquecer direito pois já iam nos chamar para entrar na pista. Só que aí parou tudo por problemas técnicos: a ambulância não tinha chegado ainda. O presidente Robson Maia tinha agendado a ambulância no dia anterior e estava tudo certo. Entretanto, na hora H, não apareceu. Eles contrataram outra. Porém, não conseguiu chegar até o horário limite para eu sair e pegar o avião. 

Acabou que às 10:35 chamei o Uber, que para minha sorte estava do lado da pista e cheguei no Santos Dumont às 11:17. Deu tempo para tudo, até para fazer um lanche rápido. Todavia, não dava para saber o que ocorreria se eu esperasse mais. A ambulância estava próxima quando saí. Será mesmo? Porque às 10:10 estava em Guadalupe e nada de chegar ainda. 

Se eu soubesse que poderia acontecer isso teria agendado um vôo mais tarde. Esse foi o motivo mais bizarro que já aconteceu para uma competição atrasar. Foi triste ver nos stories as fotos e vídeos da competição e saber que não pude correr. Todavia, vai que isso foi um livramento para mim ou outras pessoas? O até então mais bizarro foi num campeonato de fundo em pista lá em Piracicaba: atrasou tudo porque antes teria uma prova de 3.000 m com obstáculos e o fosso estava vazio. Quase perdi o ônibus de volta por causa disso.

Ao menos meu avião foi pontual e saiu às 12:25. Cheguei em Vitória também pontualmente e tentei pegar ônibus para o shopping. Como não vinha, tentei um Uber, que também foi complicado por causa da alta dos combustíveis. De lá, comprei os quilos de alimentos pedidos como inscrição e fui andando até o hotel, do qual não gostei. Esse Ibis Budget era velho e precisava de reformas urgentes! Outro problema era a TV que não pegava os canais. Fui reclamar na recepção e o atendente falou que só poderia tentar me mudar de quarto e que quem poderia ver isso já tinha ido embora. Só que nenhum quarto estava com a TV pegando os canais abertos para eu poder ver o jornal. 

Não fui passear para descansar e tentei dormir cedo. Contudo, minha crise de TPM me dificultou novamente. 

No dia seguinte acordei às 5 h, não tinha como tomar café preto porque a máquina de café estava quebrada. Consegui uma carona com outro atleta que ia para lá. 

O local era em Serra-ES, num condomínio enorme chamado Alphaville Jacuhy. Até acharmos o local lá dentro, demorou um pouquinho. Chegamos ao local da largada às 5:55.

Lá, fui apresentada ao presidente da Federação Capixaba e perguntei se o Sulamericano de Cross Country, no mesmo local, no dia 27, teria avulsos. Ele respondeu que sim, mas que seria mais restrito. Então, ainda não dava para saber se poderia ir ou não. O chato é que se puder e demorarem muito para anunciar, vou ter que enfrentar quase 10 h de busão, porque a passagem para Vitória é cara.

Peguei meu número e fui me aquecer, sentido meu corpo pesado e inchado. A largada foi pontual às 7 h. Porém, por conta do número de participantes, dividiram as mulheres dos homens. Isso fez que o adulto feminino largasse com 10 min de atraso, às 8:20.

Tentei sair mais na frente e me manter com as primeiras. Entretanto, não consegui. Foram 3 voltas de aproximadamente 2 Km num percurso cuja grama foi aparada, mas com os restos deixados no local. Ou seja, o percurso foi todo em grama bem fofa, com uma subida e descida curtas, mas bem inclinadas, e um barranco. Nesse não precisei parar: eu desacelerei, desci e subi. As atletas que estavam comigo, também. Já as de elite no vídeo pularam como quem pula um obstáculo, algo que sempre fui incapaz de fazer. Além disso, estava muito quente para o horário, fazendo 24 °C de acordo com o boletim de resultados, quase sem sombra e só foram dar água a partir da 2° volta.

Acabou que terminei os 6,12 Km pelo meu relógio em 33:58. Já a frequência cardíaca média ficou em 168 e a máxima em 173. Não teve chip, com o resultado sendo computado manualmente pelos árbitros. De acordo com os resultados, fui a 13° de 40 mulheres que participaram, sendo que 2 pararam. Achei estranho, porque parecia ter bem mais mulheres. Tive a certeza disso ao ver o resultado dos homens. O rapaz que me deu carona fez um tempo um pouco menor do que eu e simplesmente não apareceu na lista final que só teve 78 homens, com muito menos homens do que meus olhos viram. Ele fez 33:34 E simplesmente não tem nenhum homem com o tempo na casa dos 33 min. Com certeza fiquei entre as 20 primeiras. Todavia, não tem como, é impossível que apenas 11 homens tenham chegado na minha frente. O relógio dele, que também é Polar, marcou 6,04 Km. Acredito que a diferença seja de precisão, porque tangenciei todas as curvas. Entretanto, o GPS teve dificuldades para pegar quando fui me aquecer mesmo o local não tendo prédios perto.

Assim que eu cheguei pensei em ir embora. Só que logo depois deram a largada dos homens e a minha bolsa no carro do rapaz. Aí fiquei lá assistindo e pude ver o Ronaldo da Costa, recordista Sulamericano da maratona correndo, além do Edson Luciano prestigiando. Lá também estavam dois rapazes da Aeronáutica que estavam em Deodoro ontem ajudando na competição. Eles disseram que a ambulância chegou pouco depois de eu sair e que fiz bem em não ter ficado para não perder o vôo. Foi legal ver as esposas e filhos incentivando os maridos. Se tivesse presente, o André estaria na torcida por mim.

As crianças que iam correr ganharam uma linda camisa com o kit. Nós adultos só ganhamos o número, boné e aqueles bastões infláveis para torcer. Uma pena!

Quando o rapaz chegou ele quis ir embora logo para tomar café com a família e levar o filho ao futebol. Eu resolvi tomar o café, que era bem mais simples que o de Blumenau. Além disso, as tomadas não estavam funcionando e havia poucas mesas. Se todos os hóspedes fossem tomar café ao mesmo tempo não iria ter espaço para todos.

Depois fui descansar e às 12:00 fiz o check-out. Fiquei no celular um pouco e resolvi ir a pé ao aeroporto, que era próximo, para apreciar a cidade. Só que estava quente, com um sol castigante. Só não era pior que o calor do Rio. Não tinha como passear porque não tinha ponto turístico perto. Mas até que achei a cidade bonita.

Como não tinha vôo disponível antes, nem tinha como antecipar a volta ainda que estivesse disposta a pagar, fiquei esse tempo no celular mesmo. Ao menos a volta, que era às 17:25, não atrasou para me fazer esperar ainda mais. Às 18:40 encontrei meu marido me esperando no Santos Dumont para voltar para casa, cansada, porém feliz por mais uma corrida e medalha na conta!

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