Primeira Etapa do Campeonato Estadual de Veteranos


Fiz minha inscrição com antecedência e alguns dias depois já recebi meu número: 3002. Desde o cross o número vem com o logotipo da Loja de Tênis, ex R&D Artigos Esportivos, do Genivaldo Rosa, que fica no Flamengo. Desta vez fiz pela Fred-Flu, porque o SESI nem existe mais, embora alguns atletas ainda corram com seu uniforme. Mais ainda, queria correr o revezamento 4x400, o que com o SESI seria impossível por falta de mulheres.

Desde o início fiquei preocupada com a data do dia 22, quando provavelmente estaria de TPM. No cross fiquei inchadaça e não corri bem por causa disso. Sem falar que a semana anterior toda tinha treinado mal por causa desse problema.

Desta vez, ainda não tinha sentido nada e tinha treinado bem durante a semana. Também não estava me sentido inchada nem tinha sentido falta de ar nos treinos. No dia 22, o atraso já era de 4 dias. Como tenho baixa de hormônios decorrente de um problema que acredito ser genético, se não tomar muita soja e não fizer acupuntura de vez em quando, tenho amenorréia mesmo. E isso causa uma eterna TPM ou sintomas de menopausa. Ou seja, muito sofrimento.

No dia, até então estava bem. O único problema era a chuva, que deixa a pista muito pesada. A temperatura estava boa, estando fresco. Queria fazer os 5000 m para baixo de 21 min. A Terezinha como sempre chegou quase na hora da prova e atrasou ligeiramente a largada. Numa competição de adultos normal jamais poderia fazer isso, pois tem que confirmar até 30 min antes.

Dada a largada, as mulheres sairam forte e eu como sempre não exagerei. Porém achei estranho fazer os primeiros 100 m em 25 s. Sempre dá um pouco menos, ainda mais estando descansada. Comecei a forçar e comecei a enjoar. Já nos 2000 m passei para 8:22 e vi que seria impossível fazer o que queria. Passei os 3000 em 12:55. Deu até vontade de parar. A minha amiga Brigda disparou na frente e fiquei com medo de tomar capote dela na última volta. Comecei a ver que nem menos de 22 min conseguiria fazer e isso me preocupou. Não adiantava, não tinha forças nem estômago para correr mais forte. Terminei com 22:12, sendo a segunda geral e primeira da minha faixa-etária. Meu estômago doía loucamente. Não havia comido nada anormal para isso. A pista estava pesada, o que realmente atrapalha, mas nada justificaria meu desempenho para o que tenho conseguido fazer em treinos a não ser o mal-estar que sentia. Poderia ser pior, poderia estar tão mal como na semana anterior ao cross. Aí teria dado um vexame federal.

Fui para casa lanchar. Contudo, estava sem fome. Comi forçada. Afinal, saco vazio não para em pé. Tinha os 1500 m às 11:20 e não poderia ficar de barriga vazia. Voltei ao Célio de Barros às 10:50 e a competição estava toda atrasada como sempre. Em competição de veteranos isso sempre acontece. Por não ser algo tão sério como uma competição de adultos, os juízes deixam os atletas se atrasarem e dá no que dá. Sem falar que eles mesmos se enrolam. Em uma competição como esta crianças ficam brincando dentro da pista e ninguém tira. Só quando subiram nos obstáculos que os juízes brigaram, mesmo eles estando desocupados. O clima informal é legal, só que em certos pontos isso acaba atrapalhando.

Antes mesmo de correr os 5000 m estava conversando para armar o revezamento. A Elza estava preocupada pois se eu corresse com ela competiríamos com o pessoal de 30-39. A acalmei dizendo que isso não aconteceria pois nenhuma equipe com atletas de 30 a 39 feminino tinha gente o suficiente para correr em tal categoria. Então, seríamos as únicas da categoria. Foi difícil, mas armei o revezamento com a ajuda da D. Margarida, esposa do seu Fred, que dá nome à equipe. Ficou Elza, Alice, Rosana e eu. Eu teria que ser a última por ser a mais nova. Os juízes disseram que tinha que ser por ordem decrescente de idade. Entretanto, não precisa ser assim. Apenas o último tem que ser o de categoria mais baixa para que os arbitros vejam seu número na chegada e coloquem os vencedores por categoria corretamente.

A largada dos 1500 foi às 11:46. Inicialmente estavam previstas 2 baterias mas pedimos para sairmos juntas por não ter muita gente. Algo que faz demorar a competição são as separações desnecessárias de categoria. Nos 5000 masculino por exemplo, foram 3 largadas, começando pelos mais velhos. Em competições de adultos isso só acontece quando tem mais de 30 no 10.000. Não sei como acontece nos 5000. Nào tinha necessidade de 3 largadas. Só se fazem isso para que um mais jovem não derrube um mais idoso (ainda mais esses homens que não costumam ser muito educados e empurram mesmo) ou para que um idoso não leve muitos capotes e acabe ficando envergonhado. Só que no último caso não deveria haver motivo de vergonha algum. Vergonha é ficar sedentário! Faz parte do envelhecer perder dos mais jovens. Infelizmente a vida é assim. Todo mundo vai para lá. A outra alternativa é pior.

Dada a largada dos 1500 m, assumi a dianteira na segunda volta (a Brigida foi embora) e não fui mais ameaçada, terminhando em 6:10.1. O enjôo estava grande. Todavia, numa prova mais curta ele não pesa tanto, contando mais a pista ruim e principalmente o cansaço das pernas. O tempo foi o dentro do previsto. Ao terminar, peguei minha medalha dos 5000. Neste ano capricharam. A medalha foi de metal, bem grande e bonita.

Fui para junto dos juízes descansar um pouco e esperar o grupo do revezamento e os vi dando bronca em uns rapazes que foram fazer a inscrição do revezamento depois do suposto horário da prova, que estava marcado para 12:10. Eles tinham quer fazê-lo no máximo às 11:40. Lógico que puderam se inscrever apesar do enorme sermão que tomaram. Não deveriam deixar ninguém fazer isso. Não é a toa que acaba atrasando tudo.

Acabou que só teve a Fred-Flu de equipe feminina e fomos largar na primeira das duas série de homens para terminar a competição logo. Não sei ao certo como funciona o 4x400. Só sei que o primeiro larga raiado. Nessa competição logo na largada todo mundo foi para a raia 1 mais ou menos na largada do 300. Não sei dizer se está certo ou errado. Na hora de pegar o bastão, pode até deixar cair, mas não pode passar depois da área de passagem. Me pareceu que o Luiz Eduardo pegou o dele ligeiralmente depois.

Na nossa, a própria Ivone, também da Fred-Flu, falou para não nos matarmos pois só tinha a gente. Na largada dava para ver que a Elza estava cansada, pois corria meio travada. Eu fui a última e fiz em 1:31.2. Nosso medo de correr com os homens era de sofrer algum empurrão, o que não ocorreu. Contando com os homens, ganhamos dos homens mais idosos da Fred-Flu. Lembrando que na nossa equipe apenas eu era jovem.

Além dos atrasos nas provas, os resultados demoram muito a sair. Isso ocorre porque eles têm que separar por categorias de idade. A premiação também é por categorias e sempre tem que ficar esperando alguém subir no pódio que não estava na hora. Eu sou uma que sempre pego depois pois prefiro voltar para casa, já que moro ao lado do Célio de Barros. Só digo algo: se resolverem demolir, me ponho na frente e só saio presa! E a Elza disse que vai junto comigo!

Outro ponto negativo é não ter tido copo d'água. Mesmo estando fresco, é sempre bom beber água mineral. No final, a garrafa que eu levo sempre está vazia e confesso que sou meio desconfiada da água do bebedouro de lá. Minha medalha do revezamento ficou com a Elza e tenho que pegar na AVAt a do 1500. Um dia penso em ser dirigente da AVAt. Entretanto, só depois da aposentadoria. Senão, vai acontecer o mesmo que com o atual presidente, o Amaro, ficando sem tempo para treinar.

Depois de tudo isso ainda fui fazer musculação. Não é certo. Porém, por causa do feriado, teria que ir ao Iguatemi de qualquer jeito se quisesse fazê-lo na segunda e só poderia malhar de novo na quarta. A filial onde malho perto de casa não abre nos feriados. Fui e voltei trotando de lá. Mais tarde fui ao Viena no Rodízio de Pizzas que comprei no Peixe Urbano. Comi bem. Entretanto, a falta de fome, mesmo poupando o estômago ao longo do dia, não me permitiu deixar o dono arrancando os cabelos.

Por fim, quem me aparece no dia 23? Pois é, como pude ter tanto azar? Ao menos isso significa que no dia 28, no Campeonatos Brasileiros Caixa de Fundo em Pista, em São Paulo, esse problema não terei!

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