Vidigal de Braços Abertos


Essa corrida é uma loteria e eu consegui fazer a minha inscrição no dia 20/06 às 12 h, mesmo com o site ficando super-lento. Aliás, devo ter sido uma das primeiras a conseguir, já que meu número foi o 55. Uma coisa chata durante a inscrição é que não tinha a minha equipe, a Equipe Portão 17, no combo de escolha de equipe. Como não tinha como editar, tive que escolher "Nenhuma".

Na véspera, dia de pegar o kit, até que consegui chegar rápido ao local da largada e a fila estava pequena, sendo logo atendida inclusive alguns minutos antes da hora de início, às 10 h. Só demorou um pouco porque só tinha uma pessoa com computador conferindo as inscrições, já que os demais estavam sem energia ainda. A camiseta M acabou ficando muito grande. Como eu iria saber que fariam um modelo grande? Em geral acho a P muito justa e eu gosto de camisa larga. Todavia, essa M ficou gigante em mim. O que me espantou foi a ausência de chip, sendo a cronometragem manual. Isso provavelmente ocorreu por falta de verba. Não sei se foi isso que fez com que as etapas do projeto demorassem a ser anunciadas ou se foi a total falta de segurança nos morros da cidade.

A volta também foi rápida. À noite, às 20 h, agendei um táxi para o dia seguinte às 6:30 e fui dormir um pouco depois das 21 h. Acordei no dia seguinte às 6 h bem disposta mesmo estando resfriada. Acordei durante a madrugada entupida umas três vezes mas nada que pudesse me deixar mole ou cansada.

A atendente da cooperativa Taxi Tijuca me dissera na véspera que iriam me mandar um SMS 10 min antes do táxi chegar. Como isso não aconteceu, liguei para lá às 6:25. A atendente parecia totalmente perdida. Na véspera, ao ligar, a outra atendente já sabia de onde eu estava ligando pelo meu número de telefone. Já a da manhã não sabia meu celular, de onde eu sairia, para onde eu iria, etc. Deu 6:30, desliguei o telefone enquanto ela tentava encontrar a informação sobre meu táxi, e fui para a rua pegar um táxi qualquer. Sorte que minha rua é movimentada e costumam passar vários táxis por aqui. E em nenhum momento me retornaram para o fixo ou celular para falar que o táxi havia chegado ou algo assim. Ele simplesmente não apareceu. Saudades do tempo em que a Tele Urca funcionava bem e podia contar com ela. Da outra vez que peguei a Taxi Tijuca, o serviço fora perfeito e o motorista me falou que a Tele Urca estava quase falindo.

O táxi da rua foi super-eficiente e cheguei lá na hora desejada, às 7 h. Só não cheguei mais rápido e acabei pagando mais caro porque o sentido de subida da Av. Niemeyer estava fechado e o taxista teve que dar a volta pelo Túnel Dois Irmãos. Nesse caminho descendo São Conrado, passamos pelo antigo Hotel Nacional, que foi comprado, reformado e está lindo! Isso me fez lembrar das apresentações de ballet no teatro desse belo hotel.

Chegando lá ainda tinha bem pouca gente. Estava frio, mas como meu celular dizia erroneamente que estava 20 ºC (na verdade fez 18 ºC), decidi correr sem camisa mesmo resfriada. Ao me aquecer descendo e subindo a dura ciclovia da Av. Niemeyer (o local é lindo mas definitivamente não é bom para as articulações), vi muita gente subindo a avenida a pé do Leblon para o local da largada. Se eu soubesse que era só 1 Km até a largada, teria saltado ali, ido a pé e economizado um dinheiro razoável com o táxi.

Chegando a hora da largada, me posicionei mais para frente e reparei que não tinha muita gente. Tive a impressão de que a maioria era da comunidade por causa do número que indicava isso. Vendo o vídeo da corrida, até que teve bastante gente. Contudo, bem menos do que teve no Caju em 2015 e, principalmente, no Santa Marta daquele ano. Em ambas a largadas foi um empurra-empurra danado e na de Botafogo fiquei apertada lá na frente. Tá na cara que muita gente se inscreveu e não foi nem pegar o kit. Eles têm que cobrar uma taxa simbólica para efetuar as inscrições e com esse valor comprar os alimentos. Acho que seria até melhor para eles, pois poderiam comprar em grandes volumes diretamente do fornecedor e nos pouparia de levar peso por aí.

Dada a largada, tive algum atraso com as pessoas lentas que saem na frente, peguei uma descida inclinada e logo no início uma subida MUITO pesada. Eu a corri do início ao fim. Eu comecei a sentir a boa muito seca mesmo tendo bebido 500 ml desde que acordei. Acho que foi o tremendo esforço. Não sei se foi erro do frequencímetro ou se de fato meus batimentos cardíacos chegaram a 216. Se isso ocorreu, foi nessa subida. Ao final da subida eu era a 3º geral e 3º de fora da comunidade.

Em seguida, vieram descidas em escadas. Como havia chovido durante à noite, estava bem escorregadio. Se em escadas normais eu desço devagar, imagina escorregando? Nisso, duas atletas da comunidade me passaram. Voltamos a Av. Niemeyer, onde consegui correr bem rápido e passei novamente uma das atletas da comunidade. Nessa hora, sentia dores nas duas solas dos pés. Acho que foi por correr na ponta do pé em parte da subida. Sorte que passaram depois. Em seguida, veio uma sequência de subidas pesadíssimas, num local muito bonito, com muito mato. Ali eu corri só no início. Vendo que a atleta da comunidade estava bem longe, só andei rápido. Mesmo andando, conseguia passar bastante gente. 

Fui voltar a correr só quando começou a descer. Porém, aí vieram as escadas escorregadias novamente. Para quem não sabe, essas escadas não são certinhas como as que vemos nos edifícios. Nas do Santa Marta e nas do Vidigal, cada degrau tem um jeito e um tamanho, dificultando ainda mais a descida. Para piorar, ao contrário do Santa Marta, em boa parte não tinha muito onde me segurar ou quando tinha, era muito baixo e não dava para me apoiar. Nessa minha lerdeza fui ultrapassada por outra atleta de fora.

Ao terminar as escadas, fui com tudo. Entretanto, ela já tinha ido embora há muito tempo. Acabou que terminei os 5,95 Km pelo meu relógio em 40 min. Na prancheta deu uns 41 min porque fui perguntar ao apresentador sobre a minha posição. Durante o percurso não tinha visto a primeira geral e achava que pudesse ter pego pódio. Também não sabia se a mulher que me passara na segunda descida de escadas era da comunidade ou não. De acordo com o prospecto da organização eram 6,24 Km. Não sei dizer se eles erraram, mexeram no percurso, ou se meu GPS errou. Só sei que a única placa de quilometragem correta de acordo com meu relógio era a de 3 Km. Todas as outras estavam colocadas antes do local certo pelo meu GPS.

Terminei bem quebrada e cansada. A frequência média nem ficou muito alta (171) por conta de andar em trechos de subida braba (a maior parte delas). Infelizmente o sensor de altitude do meu Polar V800 deixou de funcionar em uma das atualizações e não tenho como saber o quanto subi no total. O que alivia o esforço é o apoio das pessoas da comunidade. Não foi tão grande quanto no Santa Marta. Porém, eles foram sempre bem simpáticos e animados.  

Muitas pessoas me disseram para não correr, porque seria perigoso por causa da violência que tem explodido nas comunidades com UPP. Só que eu vi bastante polícia no percurso. Não sei dizer se eles foram embora depois da corrida deixando moradores e pessoas que passam por ali sem segurança.

Ao chegar em casa, mandei um e-mail à organização pedindo para incluir minha equipe nos resultados e na combo para as próximas inscrições. 

Infelizmente não poderei estar presente na etapa seguinte na Rocinha porque será no mesmo dia dos 5.000 m do estadual de veteranos. Contudo, espero muito conseguir me inscrever e estar presente na etapa do Borel, que está prevista para o dia 6 de agosto.

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