Borel de Braços Abertos


Consegui fazer a minha inscrição rapidamente no dia 27, desta vez com o site parecendo um pouco mais rápido. Talvez pelo fato de entregarem os kits no dia e diminuir o número de inscrições por pessoa tenha afinal tornado o sistema mais justo. 

Mas algo inesperado ocorrera algumas horas antes nesse dia. Estava fazendo tiros de 150 e já no final dera um mau jeito no pé. Saíra com ele doendo um pouco, mas parecia uma pequena bobagem. No dia seguinte, fui trotando até a Quinta da Boa Vista, fiz uns circuitos e fui dar mais um trote. Ainda no início meu tornozelo deu um estalo e o pé ficou doendo bastante. A partir daí comecei a tratar. No sábado descansei e acordei no domingo parecendo que estava tudo perfeito. Só que ao sair da Quinta houve um novo estalo e fui correndo até a nova filial da Academia Physical com dor e com receio, ainda mais com a calçada toda irregular do caminho. Durante o resto da semana só piorou, mesmo treinando muito bem na terça e na quarta. Achava que não poderia correr e até tomei anti-inflamatório sem ir ao médico a partir de sexta e tratei intensamente desde quinta.

No dia da corrida acordei bem às 6:40 e saí de casa por volta de 7:10. No início, ao andar até a Sáenz Peña, parecia tudo razoavelmente bem com meu pé. Peguei um 301 e fiquei apreensiva porque tinham uns caras estranhos no ônibus. Sentei bem perto da roleta para o caso de ter que pulá-la ao contrário, além de esconder o relógio antes de saltar, já que eles estavam bem perto da porta. 

Como não queria pegar no celular para saber onde saltar, saltei perto da Proximus e andei um bocadinho até o local da largada e retirada de kits. Durante essa caminhada sentia meu tornozelo "endurecido" e incomodando. Peguei uma fila para pegar o kit e vi que pelo tamanho dava para eu ter acordado 20 min mais tarde e dormido ligeiramente mais, pois além de ter chegado antes das 8 h, por causa da fila, a entrega dos kits foi até um pouco depois das 8 h.

Ainda antes da largada, meu pé estalava, principalmente ao descer as escadas da escola onde os kits foram entregues. Entretanto, apenas incomodava, talvez pelo efeito da Nimesulida, que me deu algum inchaço no dia da corrida. Para me aquecer, estava com as pernas boas e meu pé não doeu, porém estava preso. Dada a pontual largada, apesar de não ter as 1000 pessoas, tinha visivelmente mais pessoas do que na etapa do Vidigal por conta do kit pego na hora. Se tivesse mais de 500 pessoas, acho que ficaria apertada lá na frente ou seria empurrada na largada como por exemplo aconteceu no Caju ou Santa Marta em 2015.

Dada a largada pontualmente às 9:30, saí forte na ligeira descida do início sabendo que depois da forte subida teria uma descida inclinada onde além de saber de meus medos tinha a questão do pé, que nem sabia se suportaria a descidona.

Não demorou muito e logo assumi o 2º lugar. Embora eu tenha largado forte, eu não sou exatamente muito veloz. Para a minha surpresa, estava cada vez mais próxima da Brigida ainda antes da subida. 

Dado o início da subida, parei de correr logo no início e troquei a corrida pela caminhada forte. Mesmo só andando, passava algumas pessoas. A Brigida continuou correndo por mais tempo e mesmo assim ela não se afastava.

No meio do caminho tinham galinhas passeando e mais para a frente a Brigida também começou a andar, sendo que ela às vezes corria quando a subida ficava menos pesada. Só teve um momento onde corri, quando ficou aparentemente plano. Mais perto do fim das agruras a passei e fiquei um pouco na frente dela até o começo da descida. Antes de passá-la ela me perguntou se vinha mulher atrás e realmente vinha a que seria 3º colocada. Na hora da água o nosso amigo Aurélio nos ajudou. Para quem não sabe, essa subida é muito inclinada principalmente ao final, tornando-a um tormento mesmo apenas andando.

O começo da descida era super inclinado, quando a Brigida e alguns outros homens me passaram. Descia com alguma cautela, seja pelo pé, seja pelo meu medo natural. Quando a descida amenizou, consegui colocar velocidade novamente e procurei manter o ritmo forte até o fim, mesmo me sentindo esgotada por conta da subida e apreensiva de ser passada e até perder o pódio.

Quando retornamos à rua São Miguel, sabia que estava perto e ainda assim longe, pois faltava ainda quase 1 Km que parecia não terminar nunca. Quando a moto da organização veio me acompanhar, me sentia feliz e emocionada por não sentir essa sensação há muito tempo e ainda assim ter medo de ser passada. Até que fim chegou a linha de chegada e terminei mesmo em 2º geral os 4,9 Km (4,99 Km pelo meu preciso GPS) com 28:18 AVG 174. A frequência chegou a 180 provavelmente já no final e só não ficou mais alta porque estava frio (19 - 21 ºC) e não corri nas subidas. 

Depois da corrida me confraternizei com a Brigida e a chefe de nossa equipe Portão 17, a Elza, a 3º colocada, a triatleta Gabriela Hermes, tirei muitas fotos, agradeci ao Aurélio ao apoio e à amizade, comi 4 maçãs, subi a um pódio alto e bambo, soube que a próxima etapa seria o Santa Marta dia 20 e que tinha inscrição garantida. 

Meu plano era voltar trotando. Contudo, quem disse que eu consegui? Meu pé doía muito. Tive que voltar andando e sentindo alguns estalos que apenas incomodavam de vez em quando.

Fui hoje ao médico e ele disse que era para eu tê-lo procurado já na segunda passada, além de não correr em hipótese alguma até a ressonância ficar pronta. De acordo com ele, é problema no tendão e continuar correndo pode me levar a um rompimento total. 

Uma pena, pois estava começando a voltar a correr bem e tinha a corrida do Célio de Barros no dia 13 e no Santa Marta dia 20. Infelizmente vou ter que ficar de molho e tratando. E, principalmente, ao contrário da longa parada de 9 semanas por causa da tendinite do tendão conjunto no glúteo, engordar muito pouco ou quase nada para facilitar e muito a volta a forma.

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