Vidigal de Braços Abertos


Tinha ganhado a inscrição para o Santa Marta e não fui porque o pé estava ruim. O pé demorou longas dez semanas até ficar bom. Nesse meio tempo, teve a inscrição para a etapa Caju, a qual ignorei por completo por conta da lesão não estar curada. Só que a etapa Caju foi adiada para o dia 26/11 por conta da violência e, na semana da corrida, foi cancelada. Acabou que resolveram fazer a última etapa no Vidigal novamente no dia 10/12. Quem iria correr no Caju deveria confirmar se iria no Vidigal para que pudessem liberar novas vagas ao público em geral. A organização demorou a abrir as inscrições e achei até que não abririam, pois ao ligar para lá na semana do evento não souberam me informar se abririam ou não. Acabou que abriram e não tive maiores dificuldades para acessar o site e me inscrever, mesmo supostamente havendo pouquíssimas vagas. Não sei se as pessoas ficaram receosas por causa da violência ou se já tinham outras corridas programadas. 

A corrida foi na 8º semana de treinos desde a volta da lesão, ou seja, ainda longe de estar em forma. Ao menos desta vez não engordei tanto quanto na última lesão longa, o que facilitou bastante as coisas. Em compensação, tive alguns problemas pessoais dos quais não tive culpa alguma que atrapalharam meu sono às vésperas da corrida.

No dia da corrida, acordei às 6 h da manhã e peguei dois ônibus até a Gávea. De lá, peguei um táxi até a subida da Niemeyer. Como o trânsito para subir estava fechado, subi aproximadamente 1,2 Km até o lugar da largada, chegando lá por volta de 7:40. Na hora em que cheguei a fila para a retirada de kits estava pequena.

Quando fui me aquecer, notei que muita gente ainda estava subindo a pé, andando bem devagar, para pegar o kit mesmo tendo passado do horário divulgado, 8 h. Acabou que quando terminei o meu aquecimento havia uma fila enorme para a retirada de kits e a corrida ainda por cima atrasou um pouco para que os atrasados não perdessem a largada. Acho isso um descaso com quem chegou cedo! Tá certo que a rua estava fechada e que tinha que subir a pé, mas ao menos esse pessoal poderia ter sido "menos descansado" e ter se apressado ao subir já que estavam chegando depois do horário.

Dada a largada, que não foi tumultuada porque neste ano as corridas do projeto não foram lotadas, descemos um pouco e depois pegamos uma subida bem pesada. Umas mulheres da comunidade saíram desembestadas e pararam logo no início da subida pesada. Nisso, só ficou uma da comunidade na minha frente e como estava fora de forma e sem poder dormir direito nas últimas noites, resolvi andar rápido enquanto a subida fosse pesada. Na primeira vez que corri aqui eu corri toda essa subida.

Tudo o que sobe tem que descer. Só que ao contrário da outra vez, não teve escadas, mesmo o mapa do percurso sendo o mesmo da outra edição. Descemos pelas vielas, só que era só rampa. Depois o percurso voltou a ser igual e ficou assim até o final. Assim que acabaram as vielas, descemos toda a Niemeyer, onde passei a ser a primeira.

Uma nova subida final, desta vez muito mais íngreme até o topo do morro. Novamente fui andando rápido, quando uma mulher que foi correndo até o fim, me passou. Nova descida, agora pelas escadas igual ao que teve na outra vez. Só que nesta edição, além de não estar molhado e escorregadio, usei a técnica de descer as escadas como se fosse um pato, com o pé em "dez para as duas" ou pisada de bailarina. Havia testado isso antes e de fato faz você descer mais rápido quando os degraus são pequenos. Acabou que poucos homens me passaram na escada, ao final encontrei o Diego, ex-professor de uma assessoria de uns amigos meus e terminei mesmo em segundo os 5,51 Km pelo meu preciso GPS em 34:43.2 AVG 174, sendo que a frequência cardíaca chegou a 182, provavelmente em alguma subida. Na vez passada meu GPS marcou 5,95 Km, o que só comprova que o percurso foi menor.

De resto, houve dois postos de água na corrida e moradores muito simpáticos. Novamente estava muito bem policiado; não havia a necessidade de ter medo. Se algo de errado ocorresse, a organização teria sérios problemas. Não é a toa que preferiram cancelar a etapa do Caju, mesmo ali sendo uma favela relativamente tranquila.

Enquanto aguardava a premiação, comi cinco maçãs. Bem que poderiam dar algum brinde além do troféu. Já que a Red Bull patrocina o evento, poderiam ter dado ao menos uma lata (para mim, de preferência a light). Em algumas etapas eles deram.

Por fim, estou toda dolorida até agora, quarta-feira, mesmo tendo tomado bastante relaxante muscular, passado muito gelo e me enfaixado com pomada anti-inflamatória. Eu gostava muito do Gelol. Porém, desenvolvi alergia e ele passou a queimar a minha pele.

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