Campeonato Sul-Americano de Cross Country

 

No site da CBAt vi que teria avulso no Sul-Americano mas não tinham divulgado como se inscrever, ao contrário da Copa Brasil. Aí resolvi mandar e-mail perguntando para o mesmo endereço que usei para me inscrever na Copa Brasil e me responderam com o link. Óbvio que fiz a minha de cara. Deveria ter tentado algo semelhante no ano passado em Serra, quando fiquei de fora. A partir daí, vi como iria me deslocar e a hospedagem. Consegui um bom apartamento residencial por um preço razoável. Entretanto, não teria como ir e voltar de avião por Campinas por estar mais de R$ 2000,00. Deveria ter mandado e-mail antes, pois só fui fazer a inscrição no dia 11 para correr no dia 22, ficando muito em cima. Porém, muito provavelmente não teria conseguido um bom preço mesmo olhando com antecedência porque os voos para Viracopos têm andado muito caros. O que consegui foi uma promoção só de ida para Campinas. O resto seria no busão. 

Houve uma confusão no programa-horário. Estava previsto para às 9:15 no programa em si e, nas notícias, às 9:50. Depois acertaram as notícias novamente.

Depois da São Sebastião, por 2 dias, tomei Dorflex de manhã e à noite, e enfaixei-me toda, para tentar me recuperar para o cross dia 22. 

No sábado dia 21 acordei às 5:50 e saí às 6:20 sem ter dormido muito bem por causa de alergia, estando já às 6:50 no Santos Dumont. A fila do check-in estava grande, mas rápida; em 10 min já tinha atravessado o raio-x.

O vôo saiu antes do horário previsto, às 8:10, e também chegou com antecedência. Em Viracopos tomei um lanche, informei-me de como pegar um ônibus urbano e lá fui eu às 10:40 para a Rodoviária. O ônibus deu uma volta danada e chegou lá às 11:25. 

Assim que eu liguei o celular em Campinas, recebi um zap falando da minha hospedagem em um hotel Accor. Antes de reservar o apartamento em Poços de Caldas, eu de fato tinha reservado e depois cancelado o Ibis de lá. Aí, lá fui eu ligar para conferir se tinham mesmo cancelado para não ser debitada indevidamente.

O próximo ônibus para Poços era às 12:30. Enquanto aguardava fiz mais um lanche. Fui esperar o ônibus, que se atrasou uns 10 min. Era um executivo confortável, no qual consegui trocar de lugar para ficar com 2 assentos só para mim. O ônibus foi parando em várias cidades no meio do caminho. Quando chegou em Minas, só tinha cidade linda, dando vontade de saltar para visitar. 

Cheguei em Poços de Caldas às 16 h. Lá tive que pegar 99 pela primeira vez, já que quase não tem Uber lá, como já tinha me dito uma das donas do apartamento, que era uma gracinha. Os donos também pareciam ser uns amores de pessoas. Eu só falei com eles à distância; todo o processo de check-in é check-out é feito pela própria pessoa.

Fui passear um pouco e a cidade é simplesmente linda! Pena que não daria para visitar muito. O local que mais me chamou atenção foi a Thermas Antonio Carlos, uma espécie de spa, com saunas e tratamentos. A arqutetura me lembrou a Granado. Lá inclusive tem uma espécie de museu com o que parecem ser os primórdios de aparelhos de fisioterapia. Tinha mais coisa para visitar, porém caiu uma baita chuva e tive que voltar ao apartamento. Como não tinha levado guarda-chuva na hora em que saí, fiquei toda molhada.

Voltei rápido ao quarto, fui jantar, tomar banho e dormir. Como não tinha como agendar Uber, optei por acordar mais cedo, às 6:55, e dormir às 21:20.

Dormi mararavilhosamente bem, tomei café, arrumei-me, e, para a minha sorte, a motorista do 99 chegou rápido.

Estava friozinho desde que cheguei em pleno verão, o que me fez acreditar estar na altitude. Quando cheguei no Parque Ecológico Jardim Esperança, o belo local da prova, por volta de 8 h, um treinador falou de 1200 m de altitude. Seria a primeira corrida começando nessa altitude. Em Santo Antônio do Pinhal, onde corri em 2012, começava em 1000 m e depois só subia.

Cheguei no final da prova masculina adulta, peguei meu número e, enquanto me arrumava, fiquei assistindo à prova feminina. Em ambas o Brasil ganhou. Pela primeira vez foram 2 chips, um em cada pé, e 3 números, um para a frente, outro para as costas e outro para a mochila.

Tinha um cachorro solto que ficava correndo de um lado para o outro e chegou a entrar na área da competição e acompanhar alguns atletas. 

Cumprimentei as campeãs e fui aguardar a largada, que estava prevista para às 9:15, só que atrasou, começando às 9:33. O namorado da Jéssica Ladeira também esta lá torcendo para ela, que foi 3° nos 10 Km feminino e 1° no 4 x 2000 m misto. Como eu estava visivelmente morrendo de frio antes da largada, uma atleta chegou a perguntar se eu não queria um manguito emprestado. Aí eu respondi que quando começasse a correr, ficaria com calor.

Tentei não sair muito forte num percurso totalmente em grama úmida, por conta da chuva de véspera, alguns pequenos barrancos e um pouco de lama escorregadia. Durante o percurso passei algumas mulheres e vários homens, e bebi 2 copos de água, terminando as 3 voltas da prova, que deu 6,39 Km no meu relógio, em 35:36, com frequência cardíaca média de 166 e máxima de 172. De fato, tinha 1260 m de altitude. Mesmo assim, não deu dor no lado da barriga. Na nossa prova, os 6 Km avulso, fez um pouco de sol, com 21 °C e 89 % de umidade. 

No meio da corrida começaram a dizer que eu era a quarta, e nessa posição terminei entre as 12 mulheres. Já no geral absoluto fui a 31° de 50 corredores. Os 2 primeiros homens deram-me capote e a 1° mulher fez em 26:49. Com esse desempenho ela poderia muito bem tentar entrar para a seleção brasileira, pois, fazendo as contas, teria chegado só um pouco depois da última.

Assim que a 5° chegou nos chamaram para o pódio. Quem nos deu a premiação foi o Edson Luciano. Não esperava que ganharia alguma coisa aqui. Tanto o troféu quanto a medalha de participação foram muito bonitos. Aqui teve medalha para todos, inclusive os federados. Algo que tinha me chamado a atenção é que a 2° maior seleção inscrita era a da Venezuela. Conteúdo, acabou que não levaram ninguém. Coitados! 

Assim que peguei o troféu, fui-me embora tentar pegar o 99 para a rodoviária. Estava pingando um pouco. O carro chegou rápido, às 10:35, e acreditava que ainda daria tempo de pegar o ônibus das 11 h para Campinas. Quando cheguei faltavam 2 min para ele sair. Todavia, o sistema caiu na hora de comprar a passagem. Quando voltou, tive que compar o bilhete de 12 h mesmo, pois o sistema não deixava mais vender mesmo com o ônibus ainda estacionado.

Aproveite a espera para comer, e comprar presentes para minha mãe e meu marido.

O ônibus foi pontual e foi parando de cidade em cidade até chegar em Campinas. Se eu tivesse pegado o anterior, teria dado um passeio por lá. 

Cheguei um pouco antes do horário, fui lanchar, carregar o celular e, assim que vi o ônibus, fui para a rápida fila de embarque rumo ao Rio às 16:15. Na viagem fiquei passando o tempo ouvindo música e escrevendo este relato.

O ônibus chegou quase pontualmente às 23:20 ao Rio. Só não cheguei antes da hora porque havia um engarrafamento de ônibus na entrada da rodoviária, com muita gente voltando do feriado. Assim que saí, fui para o embarque tentar pegar Uber. Entretanto, eram tantas pessoas esperando um que o aplicativo ficava travado. O jeito foi voltar ao desembarque e morrer numa grana num taxi comum mesmo. Fui dormir só às 0 h e acordei no dia seguinte às 10:30, cansada, mas muito feliz!

Comentários